APÓS ATO NA PAULISTA

Líder do PT diz que 'ataques' a Motta por anistia foram 'tiro no pé': 'Agora é que ele não pauta' 5r311h

Na Avenida Paulista, Jair Bolsonaro e aliados pressionaram pelo avanço da anistia; 'Hugo Motta, está envergonhando o honrado povo da Paraíba', declarou Malafaia 17605v

Por Lucyenne Landim
Publicado em 07 de abril de 2025 | 14:12
 
 
O líder do PT, Lindbergh Farias, integra a ala que resiste à anistia na Câmara dos Deputados Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

BRASÍLIA - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a oposição deu “um tiro no pé” ao disparar ataques contra o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), em função do projeto de lei que anistia envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Para Lindbergh, aceitar a pressão da oposição seria, agora, “se render a uma política de intimidação grosseira”.

“Os ataques ao presidente Hugo Mota foram um tiro no pé para os defensores do PL da anistia. Alguém acha mesmo que o presidente da Câmara vai pautar esse PL depois desses ataques? Claro que não. Agora é que ele não pauta mesmo. Seria se render a uma política de intimidação grosseira. Isso não vai acontecer. Ao apostar na 'faca no pescoço' contra o parlamento, bolsonaristas optam pelo isolamento político”, publicou no X.  

Em uma manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo, políticos e aliados da oposição subiram o tom contra Motta, que não deu sinalização pública de que colocará o tema em votação. Um dos mais enfáticos foi o pastor Silas Malafaia. 

“Se Hugo Motta está assistindo isso aqui, que ele mude. Porque você, Hugo Motta, está envergonhando o honrado povo da Paraíba”, declarou Malafaia de cima do trio elétrico. O pastor é um dos financiadores dos atos convocados por Bolsonaro. 

A anistia é prioridade para a oposição, mas a proposta que trata sobre o tema está travada na Câmara sem que Motta dê alguma sinalização pública de avanço. Caso seja aprovado, o texto pode beneficiar, inclusive, o próprio ex-presidente e integrantes do seu governo, réus por tentativa de golpe de Estado.  

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), voltou a afirmar que pretende reunir pelo menos 257 s em um requerimento de urgência ao projeto. A investida foi uma nova estratégia da oposição, que desde a semana ada busca s individuais de deputados para colocar o pedido em votação no plenário. 

Para ser protocolado, um requerimento precisa ter pelo menos 171 s individuais ou de líderes partidários que representem esse número. Há, porém, um artigo no regimento da Câmara que permite a inclusão automática na pauta, com votação imediata, do requerimento que reunir pelo menos 257 s.  

É esse o número que Sóstenes busca ter até a quarta-feira (9), para usar o regimento e colocar o pedido de urgência em votação sem que seja necessária uma ação de Motta. Até o início da noite da última sexta-feira (4), o PL já tinha 178 s no documento. O regime de urgência acelera a votação de uma proposta, dispensando o rito em comissões e levando o tema direto para o plenário.  

“Com a ajuda (dos governadores) Ronaldo Caiado, Romeu Zema, Tarcísio de Freitas e Wilson Lima esperamos ter as 257 s necessárias Aí, será pautado querendo ou não”, declarou Sóstenes na Avenida Paulista.