DÍVIDA DE MINAS

Comissão da ALMG tira autonomia do governo Zema para definir contrapartidas do Propag

Texto aprovado pela Comissão de istração Pública exclui discricionariedade do Palácio Tiradentes para decidir em quais áreas investirá a economia com juros

Por Gabriel Ferreira Borges
Atualizado em 27 de maio de 2025 | 22:00

O texto-base de adesão ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados junto à União (Propag) superou a Comissão de istração Pública, em 1° turno, nesta terça-feira (27 de maio). Entretanto, o texto, como foi aprovado, reduz a autonomia do governo Romeu Zema (Novo) para definir em quais áreas investirá o serviço da dívida, uma das contrapartidas do programa encabeçado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). 

Proposta pelo deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), a alteração foi acatada pelo relator na Comissão de istração Pública, Charles Santos (Republicanos). A redação do texto enviado pelo governo Zema à ALMG previa que o Poder Executivo realizasse, com “discricionariedade de decisão relativa às opções de investimento”, os aportes em áreas temáticas. O trecho foi excluído pelo parecer de Charles. 

Como prevê o Propag, o Estado de Minas Gerais pode trocar até dois pontos percentuais do que paga anualmente de juros à União por investimentos em educação superior e em educação técnica de nível médio, e em infraestrutura de ensino infantil e integral, de saneamento básico, de habitação, de adaptação às mudanças climáticas, de transportes ou de segurança pública. Caberia a Zema escolher em quais áreas investiria o serviço da dívida. 

Charles nega que a alteração tenha tirado a autonomia do governo Zema. “Nós não estamos trabalhando pela derrota do governo ou da ALMG. Nós temos, na verdade, um inimigo em comum, que é a dívida que o Estado tem com a União e que precisa ser paga. Por isso, nós, como parlamentares, procuramos fundamentar o nosso parecer dentro do que o ordenamento jurídico, a lei e a própria Constituição do Estado estabelecem”, justificou o deputado. 

O parecer de Charles foi aprovado por unanimidade pela Comissão de istração Pública. Acompanharam o relator o presidente Adalclever Lopes (PSD) e os deputados Gustavo Valadares (Mobiliza) e Chiara Biondini (PP), da base do governo, e o líder da oposição a Zema, Ulysses Gomes (PT), a deputada Beatriz Cerqueira (PT) e Rodrigues. Em contrapartida, a base de Zema derrubou as 11 emendas propostas por Rodrigues e pelos deputados Lucas Lasmar (Rede), Andréia de Jesus (PT) e Ana Paula Siqueira (Rede).