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Em mobilização recorde, Uemg inicia ofensiva contra projetos que preveem entrega da instituição
Categoria parou nesta quarta-feira e marcou nova paralisação geral para 1º de julho, quando uma greve pode ser discutida
Uma mobilização contrária à retirada da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) da posse do Estado reuniu cerca de 500 pessoas na tarde desta quarta-feira (28 de maio) na capital mineira. Segundo o presidente da Aduemg (Associação dos e das Docentes da Uemg), Túlio Lopes, esta foi a maior mobilização da história da universidade - inclusive maior que a da greve geral do ano ado, a maior da instituição. O ato foi organizado pela associação em parceria com o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) e aconteceu no Espaço Democrático da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na Praça Carlos Chagas, região Centro-Sul da capital.
De forma inédita, representantes de todas as 22 unidades da Uemg, espalhadas por todas as regiões do estado, participaram da assembleia. O encontro marcou o início a campanha “Uemg: quem conhece, defende”. O objetivo dos professores, servidores, sindicatos e alunos - que se organizaram no coreto da praça simultaneamente à assembleia dos professores - é pressionar os deputados estaduais pelo arquivamento dos projetos de lei (PL) 3.738 e 3.733, ambos de 2025, que preveem a transferência da universidade à União - projeto que o sindicato entende como um meio para privatizar a universidade.
O presidente da Aduemg, professor-doutor da Uemg Túlio Lopes, afirmou que a proposta de federalização de uma universidade estadual tem que partir da União, e não do governo de Minas. “Nós queremos o arquivamento dos dois projetos de lei que ameaçam a existência da Uemg e nos posicionamentos contra a extinção da Uemg nessa falsa proposta de federalização. A legislação atual inviabiliza que servidores públicos do Estado se transformem em servidores federais e também não há proposta do governo federal de federalização. Nós queremos seguir sendo Uemg”, protestou.
Os deputados estaduais Betão (PT), Beatriz Cerqueira (PT) e Professor Cleiton (PV) marcaram presença na assembleia. Para a deputada Beatriz, “é preciso que cada deputado se posicione”. “Acho importante dar oportunidade aos 76 deputados falarem sobre qual o posicionamento deles sobre esse projeto. Para que todos nós saibamos a posição de todos os deputados estaduais. E também acho importante questionar os deputados federais das regiões onde se tem unidades da Uemg”, avaliou.
Os projetos de lei foram enviados pelo governador Romeu Zema (Novo) neste mês. Os PLs 3.733/2025 e 3.738/2025 estão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A assembleia dos docentes deliberou uma série de atividades entre 29 de maio e 28 de junho para divulgar a Uemg e fazer pressão nos deputados, além de vereadores e prefeitos de cidades que têm unidades da universidade. Foi aprovada também outra paralisação geral dos professores, no dia 1º de julho, para participação de uma audiência pública marcada para às 10h na ALMG para debater o PL que pretende transferir a instituição. Segundo o presidente da Aduemg, “caso o processo avance na Assembleia Legislativa e o projeto não seja arquivado, vamos convocar a categoria para greve”.
Após a assembleia, professores e alunos protestaram na praça, em frente à entrada principal do Legislativo estadual, com um trio elétrico na rua Rodrigues Caldas.