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Alckmin diz que Brasil não deveria ser incluído no 'tarifaço' de Trump e defendeu diálogo
Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio deu declaração mais 'diplomática', enquanto Lula disse que vai recorrer à OMC
BRASÍLIA - O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), declarou nesta sexta-feira (28) que o Brasil "deveria ficar fora" do "tarifaço" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O republicano anunciou uma série de tarifas sobre produtos vendidos para o país norte-americano, entre elas, a taxação de 25% sobre o aço e alumínio, o que afeta diretamente o Brasil.
Alckmin participou, como presidente em exercício, de uma inauguração, em Jaguariúna (SP), da nova planta de uma multinacional alemã fabricante de medicamentos e serviços para pessoas com doença renal crônica. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em viagem oficial à Ásia.
A jornalistas, o vice-presidente afirmou que o Brasil não deveria ser incluído no pacote de tarifas porque a relação dos Estados Unidos com o Brasil tem superávit de US$ 18 bilhões de dólares em serviços e US$ 7 bilhões em bens.
Segundo ele, o governo vai aguardar a próxima quarta-feira (2), data em que Trump deve anunciar efetivamente quais produtos e países serão taxados, com a esperança de que o Brasil realmente fique fora da lista, que abrange uma ampla gama de produtos e serviços. Entre os principais, estão: produtos agrícolas, manufaturados e de tecnologia.
"O Brasil tem 200 anos de parceria com os Estados Unidos. Tem quase 4 mil empresas americanas no Brasil. Nos parece um equívoco o que foi feito (...) Nós tivemos uma conversa com o responsável pelo comércio exterior e com o embaixador, colocamos nossa posição e pedimos um diálogo. Vamos aguardar o dia 2 de abril. Entendo que o Brasil deve estar fora de qualquer tributação porque os Estados Unidos têm um grande superávit com o Brasil", disse Alckmin.
Em março, o vice-presidente da República já havia afirmado que o Brasil não é problema comercial para os Estados Unidos porque os dois países têm uma balança comercial equilibrada. Além disso, defendeu que a reação do governo brasileiro não deve ser pautada no "olho por olho".
"O caminho do comércio exterior é ganha-ganha. Reciprocidade não é alíquota igual, reciprocidade é onde você é mais competitivo você vende mais, onde você é menos competitivo, você compra, produtos que você não tem, você adquire. Essa é a regra, e é nesse princípio que vamos trabalhar", acrescentou.
Enquanto Alckmin defende o diálogo e adota tom de conciliação, o presidente Lula já deu declarações de que irá 'retaliar' possível tributação do governo norte-americano aos produtos brasileiros. Em entrevista coletiva no Japão, o petista informou que taxará produtos americanos se o recurso do Brasil à Organização Mundial do Comércio (OMC) não resolver o problema.
"No caso do Brasil, nós vamos recorrer à OMC [Organização Mundial do Comércio] e, se não tiver resultado, a gente vai utilizar os instrumentos que nós temos que é a reciprocidade e taxar os produtos americanos. É isso que nós vamos fazer. Espero que o Japão faça o mesmo. Espero que o Japão possa recorrer à OMC, mas é uma decisão soberana do governo japonês em que eu não posso dar palpite", disse Lula.
Bolsonaro réu no STF
Geraldo Alckmin também foi questionado sobre a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados por tentativa de golpe de Estado em 2022 e defendeu a democracia.
"Democracia foi salva pela população brasileira através do voto com a eleição do presidente Lula e nossa, e salva também pelo Judiciário, que é o guardião da Constituição e da democracia. A democracia é onde o povo se manifesta. Ditaduras suprimem a liberdade em nome do pão. Não dão o pão que prometeram e nem devolvem a liberdade que tomaram", completou.