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João Campos assume comando nacional do PSB com apoio de Lula e missão de fortalecer aliança com PT
Prefeito de Recife foi oficializado presidente da legenda e terá desafio de ampliar a bancada, manter Alckmin na vice e consolidar frente contra a polarização
BRASÍLIA – Com apoio declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o prefeito de Recife, João Campos (PSB), foi eleito neste domingo (1º) presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro.
O evento ocorreu em Brasília, durante a convenção nacional da sigla, que reuniu lideranças de diferentes partidos e marcou o início de uma nova fase na legenda, atualmente aliada central do governo federal, com a vice-presidência e dois ministérios.
Aos 31 anos, João Campos é visto como uma das principais apostas da esquerda para a renovação política no Brasil. Reeleito em Recife com 78% dos votos, lidera pesquisas para o governo de Pernambuco e chega à presidência do PSB com a missão de ampliar a influência da sigla no Congresso – a meta é elevar a bancada dos atuais 14 deputados para 25 em 2026 – e fortalecer a aliança com o PT para a reeleição de Lula.
Em seu discurso na abertura da convenção, na sexta-feira, João deixou clara a prioridade do partido: manter Alckmin como vice na chapa presidencial do próximo ano.
“Você sabe que nós, unidos, estaremos defendendo o seu nome na composição nacional do nosso país. Isso é uma prioridade para todos nós”, afirmou, dirigindo-se ao atual vice-presidente. A declaração serve como resposta à ala do PT que tem defendido uma nova composição para atrair apoios diferentes em 2026.
Presença de Lula é elogiada por Alckmin
Durante o evento, Lula foi aplaudido ao subir ao palco e foi homenageado por Alckmin, que destacou a relevância da presença do presidente em um congresso de outro partido. “É raro um presidente da República estar em um congresso que não seja do seu próprio partido. É uma honra dividir a trincheira com Lula na defesa da democracia”, disse Alckmin.
João Campos também defendeu a expansão do arco de alianças, com a aproximação de partidos e setores de centro, mas sem abrir mão da parceria histórica com o PT. “Temos que construir um partido que tenha força de ganhar o debate nas ruas e nas urnas. Como foi decisiva a nossa aliança com Lula e Alckmin para consolidar nossa vida democrática em 2022”, afirmou.
Legados do pai e do bisavô
O prefeito de Recife representa a terceira geração de sua família a liderar o PSB. Seu pai, Eduardo Campos, e seu bisavô, Miguel Arraes, também presidiram o partido. Dos cinco dirigentes que comandaram a legenda desde a redemocratização, três são da família. João sucede Carlos Siqueira, que deixou o posto após quase uma década à frente da sigla.
A convenção contou ainda com a presença do presidente da Câmara, Arthur Lira, representado pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele foi recebido por militantes do PSB aos gritos de “sem anistia”, em referência à tentativa de blindagem de envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Além do fortalecimento da bancada e da aliança com o PT, João Campos também tem no radar a possibilidade de uma federação com o Cidadania, que rompeu com o PSDB e busca nova aliança. Para o novo presidente do PSB, vencer eleições e ampliar a representatividade no Congresso são prioridades estratégicas.