BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer duras críticas à ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza e à expansão dos assentamentos israelenses em territórios palestinos ocupados. 

Durante discurso neste domingo (1º), no encerramento da convenção nacional do PSB, em Brasília, Lula classificou a guerra como um “genocídio” e afirmou que nem mesmo o povo israelense apoia os ataques.

“Essa guerra, nem o povo judeu quer. Essa guerra é uma vingança, um governo contra a possibilidade de criação do Estado Palestino, por detrás do massacre do Hamas”, declarou o presidente, em fala acompanhada por gritos de “Palestina Livre” da plateia, ao lado da primeira-dama, Janja da Silva.

Lula também leu, no evento, uma nota oficial do Ministério das Relações Exteriores que reforça a posição do Brasil contra a ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia. O documento condena “as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense, que, ao imporem situação equivalente à anexação do território palestino ocupado, comprometem a implementação da solução de dois Estados”.

O presidente reforçou que os ataques de Israel à população civil palestina estão além de qualquer justificativa de defesa. Ele relembrou o bombardeio à Faixa de Gaza, no último dia 24 de maio, que matou nove dos dez filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar. O marido da médica e o único filho sobrevivente seguem internados em estado crítico.

“A morte de nove filhos de uma médica palestina, como consequência de ataque aéreo do governo de Israel, é mais um ato vergonhoso e covarde”, disse Lula nas redes sociais no último domingo (25). Ele classificou a ofensiva como símbolo da “crueldade e desumanidade” do atual conflito, em que “um Estado fortemente armado impõe sua força contra a população civil indefesa, vitimando diariamente mulheres e crianças inocentes”.

A convenção do PSB oficializou o prefeito de Recife, João Campos, como novo presidente nacional da legenda. O evento contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, principal liderança do partido.