PARLAMENTO

Eleições no Congresso acontecem neste sábado (1º); Davi Alcolumbre e Hugo Motta são favoritos 4i6r4b

Ao todo, quatro candidatos disputam o cargo de presidente do Senado; na Câmara, três nomes estão na corrida u2b1d

Por Lara Alves e Lucyenne Landim
Publicado em 01 de fevereiro de 2025 | 07:20
 
 
Davi Alcolumbre (esquerda) é o favorito na disputa do Senado; enquanto Hugo Motta figura na Câmara Foto: Pedro França/Agência Senado e Bruno Spada/Câmara dos Deputados

BRASÍLIA - O Congresso Nacional retoma os trabalhos neste sábado (1º) com duas tarefas: eleger os novos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. Os escolhidos ficarão no cargo pelos próximos dois anos.

No Senado, a decisão será tomada primeiro, com a sessão marcada para as 10h. Já na Câmara, os deputados definirão o novo comando a partir das 16h. Os cenários já estão articulados, e as escolhas não devem trazer surpresas.

No Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) deve ar o bastão para Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) - outros três nomes tentam fazer oposição a ele. Se eleito, ele será também chefe do Congresso Nacional. 

Enquanto Arthur Lira (PP-AL) encerra seu segundo mandato à frente da Câmara dos Deputados, o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB),  já articula como conduzirá a Casa, quais apoios trocará e o que negociará após sua eleição pelo plenário.

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Alcolumbre se coloca na disputa para retornar ao cargo que ocupou entre 2019 e 2021. Tem ao seu lado dez dos 12 partidos com representação na Casa, que juntos podem garantir 74 votos dos 81 possíveis – bem acima dos 41 necessários. Veja abaixo: 

  • PSD: 15 senadores; 
  • PL: 14 senadores; 
  • MDB: 11 senadores; 
  • PT: 9 senadores; 
  • União Brasil: 7 senadores; 
  • PP: 6 senadores; 
  • PSB: 4 senadores; 
  • Republicanos: 4 senadores;
  • PDT: 3 senadores;
  • PSDB: 1 senador.

Nesse grupo, no entanto, é esperado que haja dissidentes. É o caso do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que registrou a própria candidatura à revelia de seu partido, que declarou apoio a Alcolumbre.

Os outros candidatos no Senado serão Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos do Val (Podemos-ES) - ambos também não contam com apoio das respectivas siglas. Soraya Thronicke (Podemos-MS) foi a última a registrar sua candidatura, expondo um racha no partido que ocupa. A expectativa, contudo, é que Alcolumbre retorne ao cargo sem grandes dificuldades.

Nos quatro anos em que ficou afastado, se manteve influente em negociações políticas ocorridas nos bastidores, ainda que não tenha assinado, e teve trânsito livre no gabinete de Pacheco. 

Entre as demandas em que atuou diretamente, está a distribuição de emendas parlamentares. Também presidiu, ao longo de todo esse período, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), tida como a mais importante do Legislativo, e manejou pautas sensíveis para o governo.

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A eleição de Hugo Motta na Câmara dos Deputados é dada como certa. Ele reúne em torno de si os apoios de Lira e de 18 bancadas partidárias — entre elas figuram as maiores e mais poderosas.

As siglas representam 496 dos 513 deputados — 239 a mais que os 257 votos necessários para elegê-lo. A manifestação de apoio partidário não significa que Hugo Motta obterá os votos de todos os deputados filiados às siglas porque a votação é secreta.

Entretanto, a contagem indica que, com exceção dos dissidentes que contrariarão a orientação do partido, ele será eleito com folga. Seus adversários no pleito são Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) — eles pertencem às únicas duas bancadas que não declararam apoio ao líder do Republicanos.  

O trunfo da candidatura de Motta, para aliados, é conseguir reunir partidos de pólos opostos para apoiá-lo e a leitura é que ele surgiu como uma opção de convergência no colégio de líderes. O deputado é visto como alguém com bom trânsito entre os colegas.

Entre seus apoiadores estão:  

  • PL: 93 deputados;  
  • PT: 68 deputados;  
  • União Brasil: 59 deputados;  
  • PP: 50 deputados;  
  • MDB: 44 deputados;  
  • PSD: 44 deputados;  
  • Republicanos: 44 deputados;  
  • PDT: 18 deputados;  
  • PSB: 14 deputados;  
  • Podemos: 14 deputados;  
  • PSDB: 12 deputados;  
  • Avante: 7 deputados;  
  • PCdoB: 7 deputados;  
  • Solidariedade: 6 deputados.  
  • Cidadania: 5 deputados;  
  • PRD: 5 deputados;  
  • PV: 5 deputados;  
  • Rede: 1 deputado.  

A candidatura de Motta nasce forte pelo apoio de Lira e pelas costuras que obrigaram Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA) a desistirem da disputa.

Sem essas opções, ele se consolidou como único candidato viável e atraiu para si os apoios das bancadas — que se aproximaram dele também interessadas em comissões e cargos na Mesa Diretora.