América vai recorrer de suspensão de Miguelito pelo STJD por acusação de injúria racial

O América vai recorrer da decisão do STJD de suspender preventivamente o atacante Miguelito, do América. A determinação da corte se deve ao caso de suposta injúria racial do atleta do Coelho contra o atacante Allano, do Operário. O caso foi registrado no último domingo (4), em derrota do América para o time paranaense, pela Série B do Campeonato Brasileiro. A decisão de suspender o jogador do Coelho, tomada nesta terça-feira (6), foi publicada inicialmente pelo GE e confirmada pela equipe O TEMPO Sports.

O pedido da Procuradoria foi aceito pelo presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo Teixeira. Com a decisão, o jogador boliviano fica fora das partidas do América até o julgamento do caso pelo STJD. Ainda não há data para o julgamento.

Em contato com a reportagem de O TEMPO Sports, o presidente do Conselho Gestor do América, Alencar da Silveira Júnior, lamentou a decisão. Na avaliação do dirigente, foi adotada a política de 'dois pesos e duas medidas' em relação a Miguelito.

"É um absurdo o que estamos vendo, o que estão fazendo. Em casos mais concretos no futebol brasileiro, em vários clubes, não teve isso. Quero saber o porquê. Temos hoje casos concretos (de injúria racial) com jogadores que estão jogando e não teve isso. Porque essa suspensão em cima do nosso clube? ", protestou.

Alencar garante que o América vai recorrer da decisão. O gestor entende que a punição a Miguelito, neste momento, é injusta e infundada. 

"Se ele estiver errado, tem que ser punido. Mas até que tenha comprovação efetiva, não tem como fazer uma paralisação dessas. Acredito na palavra dele (Miguelito) e no depoimento dele. Não tem nada que prove (que houve injúria). Da mesma forma que tem jogadores do Operário que disseram ter ouvido, também tem jogadores nossos que disseram que não teve nada. Acho que o tribunal se precipitou. Essa posição tem que ser revista", pediu.

Entenda o caso

Miguelito foi acusado de injúria racial pelo atacante Allano, do Operário, durante partida no estádio Germano Krügger, em Ponta Grossa, no Paraná. Na súmula da partida, o árbitro revelou qual teria sido o teor da fala do jogador do América, ao citar que Allano foi em sua direção "alegando ter sido chamado de 'preto cagão' por Miguelito".

Após a partida, o atleta do Coelho foi preso em flagrante e ou a virada de domingo para segunda-feira (5) em uma delegacia em Ponta Grossa. Na segunda-feira, Miguelito foi levado ao fórum da cidade paranaense, onde ou por audiência de custódia para só depois ser liberado para retornar a Belo Horizonte.

O América, em nota, manifestou apoio ao jogador e disse que vai oferecer ajuda jurídica a Miguelito. O presidente do Conselho Gestor do clube, Alencar da Silveira Júnior, afirmou ver um 'choque de versões' no caso e também apontou que Allano já teria feito uma acusação infundada de injúria racial quando estava na Europa.

O Operário também se manifestou repudiando casos de discriminação. O atacante Allano também se posicionou publicamente sobre o caso, assim como a CBF.