O atacante Miguelito, do América, está envolvido em uma polêmica desde o último domingo (4). O boliviano foi acusado de injúria racial contra o atacante Allano, do Operário, e chegou a ser preso, mas foi solto na segunda-feira (5). O jogador agora aguarda os trâmites legais, já que o caso já foi encaminhado pela CBF ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Mas o que pode acontecer com Miguelito em termos desportivos?

A injúria racial (ato de que Miguelito foi acusado) configura infração contra o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O trecho do documento aponta a infração: "Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência", diz o código.

O documento indica, ainda, como possíveis punições a suspensão do jogador de até dez partidas, além de uma multa:

"Suspensão de cinco a dez partidas, se praticada por atleta,
mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de cento e vinte a trezentos e sessenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este cógido, além de multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais)", enumera o CBJD.

Na esfera criminal, o crime de injúria racial no Brasil pode render pena de dois a cinco anos de reclusão.

Procurado pela reportagem, o América afirmou que não há previsão de afastar Miguelito durante as investigações do caso pela Polícia Civil do Paraná. O atacante deve se reapresentar no CT Lanna Drummond normalmente nesta quarta-feira (7), junto com o restante do elenco.

Entenda o caso

Miguelito foi acusado de injúria racial contra o atacante Allano, do Operário, durante partida no estádio Germano Krügger, em Ponta Grossa, no Paraná. Na súmula da partida, o árbitro revelou qual teria sido o teor da fala do jogador do América, ao citar que Allano foi em sua direção "alegando ter sido chamado de 'preto cagão' por Miguelito".

Após a partida, o atleta do Coelho foi preso em flagrante e ou a virada de domingo para segunda-feira (5) em uma delegacia em Ponta Grossa. Na segunda-feira, Miguelito foi levado ao fórum da cidade paranaense, onde ou por audiência de custódia para só depois ser liberado para retornar a Belo Horizonte.

O América, em nota, manifestou apoio ao jogador e disse que vai oferecer ajuda jurídica a Miguelito. O presidente do Conselho Gestor do clube, Alencar da Silveira Júnior, afirmou ver um 'choque de versões' no caso e também apontou que Allano já teria feito uma acusação infundada de injúria racial quando estava na Europa.

O Operário também se manifestou repudiando casos de discriminação. O atacante Allano também se posicionou publicamente sobre o caso, assim como a CBF.