‘ARBÍTRIOS DA DITADURA’

Ministros do STF repercutem indicações de 'Ainda Estou Aqui 'ao Oscar

Obra brasileira que trata do período da ditadura concorre nas categorias de melhor filme, filme estrangeiro e atriz, com Fernanda Torres

Por Hédio Ferreira Júnior
Atualizado em 23 de janeiro de 2025 | 15:46

BRASÍLIA - A comoção nacional às três indicações de "Ainda Estou Aqui" ao Oscar de melhor filme, melhor filme estrangeiro e melhor atriz, chegou também ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

Ministros como Gilmar Mendes, que conviveu com Eunice Paiva, personagem principal interpretada por Fernanda Torres, no Conselho da Fundação Petrônio Portella, durante o governo do presidente José Sarney, se manifestaram nesta quinta-feira (23). 

O decano - ministro mais antigo - da Corte comemorou a projeção do cinema nacional por meio da maior premiação cinematográfica do mundo. Em um dos seus perfis nas redes sociais, Gilmar se referiu à Eunice como “uma mulher corajosa e dedicada”, “símbolo da resistência democrática".

“Revê-la nas telas em ‘Ainda Estou Aqui’, com a atuação premiada de Fernanda Torres, é lembrete para nunca nos esquecermos dos arbítrios da ditadura. A indicação do filme ao Oscar é mais que uma vitória do trabalho de Fernanda, Selton Mello e Walter Salles. É uma conquista da história e da cultura brasileira. Viva!”, declarou Gilmar. 

Investimento na cultura

Do mais antigo para o mais novo, Flávio Dino, que chegou ao STF há menos de 1 ano, destacou a importância de investimento na cultura e do amplo o do brasileiro aos meios de entretenimento, garantido constitucionalmente. Na postagem, ele homenageia o autor do livro que deu origem ao roteiro do filme, o diretor e a atriz principal. 

“Extraordinário êxito de Marcelo Rubens Paiva, Walter Salles, Fernanda Torres e centenas de profissionais da Cultura. Vitória que faz lembrar a importância da efetividade da Constituição Federal: ‘Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais’”, escreveu Dino.

Já o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, publicou um story parabenizando o diretor e o elenco do filme, ressaltando a delicadeza com que a história foi retratada em um período duro da ditadura militar no Brasil. “Parabéns a Walter Salles, @oficialfernandatorres e todo elenco pelas três indicações ao Oscar. Graças a esse filme, o Brasil está revisitando sua história com poesia e qualidade artística”.