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Agente da PF foi preso suspeito de informar 'kids pretos' sobre rotina de Lula
Policial federal preso em operação contra suposto plano para sequestrar e matar autoridades fez segurança do hotel em que a equipe de transição do governo Lula atuava
BRASÍLIA - Agente da Polícia Federal (PF), Wladimir Matos Soares foi preso nesta terça-feira (19) acusado de rear informações a militares do Exército sobre diplomação e posse do governo eleito em 2022, para o desencadeamento de um suposto atentado contra o Estado que incluía os assassinatos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O investigado [o agente da PF Wladimir Soares] aproveitando-se das atribuições inerentes o seu cargo no período entre a diplomação e posse do governo eleito, reou informações relacionadas a estrutura de segurança do presidente Lula para pessoas próximas ao então presidente Jair Bolsonaro aderindo de forma direta ao intento golpista”, diz a PF no relatório enviado ao STF para pedir os mandados usados na operação desta terça-feira.
Wladimir Soares fez segurança do hotel Meliá, em que a equipe de transição do governo Lula atuava, na área central de Brasília. Por isso ele tinha informações sobre os planos de segurança para as cerimônias de diplomação do governo eleito, em 15 de dezembro, e da posse, em 1º de janeiro de 2023. Também sabia da rotina de Lula no período, quando ele morava no hotel e despachava no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde funcionou escritório do governo de transição.
No relatório enviado ao STF, a PF citou uma mensagem enviada por Wladimir Soares a Sérgio Cordeiro, que era assessor especial da Presidência da República, em 13 de dezembro de 2022. No dia anterior, houve uma tentativa de invasão à sede da PF, na Asa Norte, seguida por atos de vandalismo na área central de Brasília, com carros e ônibus incendiados. Os autores eram apoiadores de Bolsonaro que estavam acampado em frente ao Quartel General do Exército, pedindo intervenção militar contra a posse de Lula na Presidência da República.
Na mensagem recuperada por peritos, Wladimir Soares contou que uma equipe do Comando de Operações Táticas da PF havia sido enviada para o hotel Meliá. “Como rolou aquela situação no prédio da Polícia Federal, ontem, eles acionaram a equipe do COT. E uma equipe do COT, como o LULA estaria ali no prédio, né, do, do MELIÁ, é... uma equipe do COT ficou à disposição, próxima. Então, eles hospedaram essa equipe do COT aqui no WINDSOR (....)”. Cordeiro não foi alvo da operação desta terça-feira.
As informações sobre o suposto atentado constam no relatório que resultou na “Operação Contragolpe”, deflagrada na manhã desta terça e que prendeu ainda quatro oficiais do Exército. O relatório foi tornado público pelo STF ainda nesta terça, após as prisões dos suspeitos. Os detalhes da investigação levaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) a endossar os pedidos concedidos pelo STF.
Confira a seguir os cinco presos nesta terça-feira:
- Hélio Ferreira Lima: Ex-comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus, foi destituído de sua posição em fevereiro de 2024, durante investigações sobre planos antidemocráticos. Quando convocado a depor à PF sobre sua suposta ligação com o golpe de Estado, permaneceu em silêncio. Com formação em Operações Especiais, integra o grupo de elite do Exército conhecido como “kids pretos”.
- Mário Fernandes: General reformado, foi assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) e ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro. Após deixar o governo, assumiu, entre 2023 e o início de 2024, um cargo na liderança do PL na Câmara dos Deputados, lotado como assessor de Pazuello, com salário de R$ 15,6 mil. Foi desligado da função em 4 de março deste ano, após Alexandre de Moraes determinar seu afastamento das funções públicas. Quando foi chamado a depor pela PF em 22 de fevereiro de 2024, Mário Fernandes optou por ficar em silêncio, alegando não ter tido o ao inteiro teor dos conteúdos da investigação e, em especial, à delação de Mauro Cid.
- Rafael Martins de Oliveira: Major das Forças Especiais, é acusado de negociar com Mauro Cid o financiamento de R$ 100 mil para levar manifestantes a Brasília, como parte de um suposto plano de golpe de Estado. Em mensagens de novembro de 2022, ele discutiu custos de logística com Cid, incluindo hospedagem e alimentação para grupos vindos do Rio de Janeiro. Rafael foi preso pela PF em fevereiro de 2024 durante investigações sobre sua participação na organização de movimentos antidemocráticos. Ele havia sido solto e usava tornozeleira eletrônica.
- Rodrigo Bezerra de Azevedo: Considerado um militar altamente qualificado, é doutorando em ciências militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) e tem especializações em operações de guerra não convencional. Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 2003, serviu como instrutor no Western Hemisphere Institute for Security Cooperation, nos EUA, e participou de missões no exterior, como na Costa do Marfim. Comandou a Companhia de Comando do Comando Militar da Amazônia e tem expertise acadêmica em terrorismo e relações internacionais. Também integra o grupo “kids pretos”.
- Wladimir Matos Soares: Policial federal, foi preso sob suspeita de ter praticado conduta que, em tese, relaciona-se com a segurança de Lula, auxiliando no planejamento operacional do plano de assassinato do presidente da República.
Braga Netto e Augusto Heleno assumiriam gabinete
Os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno assumiriam um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para o gerenciamento de conflitos institucionais originados após ações desencadeadas por militares para matar Lula e Alckmin, com o intuito de manter Jair Bolsonaro (PL) no poder. É o que diz a PF.
Diante do impacto de tal ação, seria criado o gabinete de crise. Foram sugeridos os nomes de Braga Netto – ex-ministro da Defesa no governo de Bolsonaro e candidato a vice do ex-presidente na chapa derrotada por Lula em 2022 – e Augusto Heleno – ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da gestão Bolsonaro.
O general Mário Fernandes é apontado como arquiteto do suposto plano de golpe de Estado. A PF encontrou o documento “Punhal Verde Amarelo” em um HD externo do oficial. Ele foi impresso pelo general no Palácio do Planalto em 9 de novembro de 2022, sendo levado ao Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência, então ocupada por Jair Bolsonaro, ainda segundo a PF.
Nesse documento consta a informação sobre uma minuta de instituição de um Gabinete Institucional de Gestão da Crise, que seria assinada por Bolsonaro. “Conforme se observa, O GENERAL HELENO seria o chefe de gabinete, tendo como coordenador-geral o GENERAL BRAGA NETTO. Logo abaixo dos dois mais importantes, o próprio GENERAL MARIO e o CORONEL ELCIO fariam parte da assessoria estratégica”, diz o relatório da PF, com os nomes em caixa alta.
O mesmo documento traz os nomes de outros militares de menor patente que fariam parte do gabinete. Também define a finalidade do gabinete, as referências legais, a missão, o objetivo, as diretrizes e, por fim, a estrutura organizacional. “O arquivo referente a esse documento tem data de criação em 16 de dezembro de 2022, às 10h43, e modificação no mesmo dia, às 14h06. O último autor é Mário Fernandes’. A data de ativação do gabinete consta como 16/12/2022’, destaca o relatório da PF.
Documento traz prováveis datas para atentados
A PF diz que os militares estabeleceram o dia 15 de dezembro de 2022 para a operação “Copa 2022”, para prender ou executar Alexandre de Moraes. Mas essa operação foi abortada no último minuto, ainda conforme a investigação. Em outras datas, até a posse de Lula, em 1º de janeiro de 2023, seriam deflagradas a operação para matar o presidente e o vice eleitos.
Lula e Alckmin foram diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), então presidente por Moraes, no dia 12 de dezembro de 2022. Na data, diversos pontos da área central de Brasília foram alvos de vandalismo de um grupo que, por vários dias, ficou acampado em frente ao Quartel General do Exército, pedindo intervenção militar contra a posse de Lula na Presidência da República.
Já em 15 de dezembro de 2022, outra data para possível execução do plano de morte de Lula e Alckmin, o presidente eleito estava em São Paulo, participando de um evento com catadores de materiais recicláveis.Já o vice se reunia com governadores em um hotel em Brasília.
Nove dias depois, em 24 de dezembro, uma bomba foi colocada em um caminhão de combustível estacionado nas proximidades do aeroporto de Brasília. O plano era detonar os explosivos quando o veículo estivesse próximo de aviões, dentro do terminal aéreo.
Três homens foram presos e condenados. Apoiadores de Bolsonaro, confessaram participação nos atos de 15 de dezembro de 2022 e que tramaram o atentado a bomba enquanto frequentavam o acampamento em frente ao QG do Exército.
Veja plano de militares para matar Moraes, segundo a PF
Militares das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos” usaram carros da corporação para monitorar Alexandre de Moraes. A intenção era sequestrá-lo e matá-lo envenenado ou com tiros e até bombas. Essas informações também estão no documento “Punhal Verde Amarelo”, segundo a PF.
Os “kids pretos” assim são conhecidos por causa das tocas de cor preta que costumam usar. Eles são altamente treinados com técnicas de ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular. Essas ações são descritas pelo Exército como “operações de guerra irregular”. “Qualquer missão, em qualquer lugar, a qualquer hora, de qualquer maneira” é o lema dos “kids pretos”.
A PF concluiu que o “Punhal Verde Amarelo” era um plano terrorista a ser executado por “kids pretos” para ass Lula, Alckmin e Moraes e consolidar um golpe de Estado. O plano, segundo a PF, detalha os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas.
Confira a seguir, o a o, o plano “Punhal Verde Amarelo”. Ela envolveria uma outra operação, batizada “Copa 2022”, destinada apenas ao sequestro e execução de Moraes:
- Reconhecimento: O plano incluía a realização de um reconhecimento detalhado do aparato de segurança de Moraes, incluindo seus equipamentos, armamentos, veículos blindados, itinerários e horários. O documento menciona o Eixo Monumental, Avenida do Exército e L4 Sul como possíveis rotas de Moraes em Brasília.
- Comunicação: O plano previa o uso de seis telefones celulares descartáveis com chips da operadora TIM, registrados em nomes de terceiros e associados a codinomes de países para dificultar o rastreamento. Essa estrutura de comunicação foi usada na operação “Copa 2022”, na qual militares tentaram sequestrar ou executar Moraes em 15 de dezembro de 2022.
- Armamento: O plano detalhava um arsenal de alto poder bélico, incluindo pistolas 9mm ou .40, fuzis 5,56mm, 7,62mm ou .338, uma metralhadora M249-MAG-Minimi (7,62mm) e um lança-rojão AT4.56.
- Envenenamento: Foram consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público.
- Efetivo: O plano previa o emprego de seis pessoas em Brasília, coincidindo com o número de participantes da operação “Copa 2022”.
- Riscos e impactos: O plano considerava a possibilidade de “baixas aceitáveis” e descrevia diferentes cenários para a execução de Moraes, incluindo o uso de explosivos e envenenamento.
- Danos colaterais: O plano considerava a morte de Moraes e de toda a sua equipe de segurança. Também considerava “aceitável” a morte dos militares envolvidos na ação. Mas dizia que a chance de ‘captura’ seria alta.
“Ou seja, claramente para os investigados a morte não só do ministro, mas também de toda a equipe de segurança e até mesmo dos militares envolvidos na ação era issível para cumprimento da missão de ‘neutralizar’ o denominado ‘centro de gravidade’, que seria um fator de obstáculo à consumação do golpe de Estado”, diz a PF em trecho do relatório a Moraes.
Codinomes e envenenamento: saiba como militares planejavam matar Lula e Alckmin
“Para execução do presidente Lula, o documento [plano 'Punhal Verde Amarelo'] descreve, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”, descreve a PF.
No planejamento, os alvos da PF chamavam Lula pelo codinome de “Jeca” e Alckmin por “Joca”. Não há detalhamento sobre como seria o homicídio de Alckmin, mas uma citação aponta que “sua neutralização extinguiria a chapa vencedora”, como era o objetivo dos militares.
Leia abaixo outros pontos dos supostos planos de golpe de Estado apresentados pela PF ao STF e à PGR:
- Suposta prova de que Jair Bolsonaro ajudou a redigir e depois ajustou e “enxugou” a chamada “minuta do golpe”, que possibilitaria intervenção no Poder Judiciário e sua manutenção na Presidência da República;
- O ex-presidente teria se reunido com o comandante do Exército, general Estevam Cals Theofilo, em 9 de dezembro de 2022, para organizar o apoio militar para consumar o golpe de Estado;
- Reunião na casa do general Braga Netto, ministro da Defesa e ministro-chefe da Casa Civil, para discutir o plano para matar Lula, Alckmin e Moraes;
- O monitoramento de Lula, Alckmin e Moraes começou após a reunião na casa de Braga Netto, que foi candidato a vice de Jair Bolsonaro;
- Destinação de R$ 100 mil para custear hospedagem, alimentação, veículos, para desencadeamento do plano para matar Moraes.
Em delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, disse, em depoimento à PF, que o ex-presidente fez reuniões no Palácio da Alvorada para consultar integrantes da Marinha e das Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe militar.
Grupo foi flagrado durante os atos de 8 de janeiro
A operação desta terça é fruto da investigação do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado e a sequência de atos promovidos ao longo do processo eleitoral de 2022, e que culminaram nos atos de 8 de janeiro de 2023. Os militares alvos da operação desta terça já eram investigados no inquérito aberto após a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Nas investigações sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023, a PF identificou “kids pretos”, com botas militares e calças camufladas, participando das invasões às sedes dos Três Poderes. Um deles, o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, chegou a fazer vídeo em frente ao Palácio do Planalto, em meio à invasão e depredação do prédio que é a sede do Poder Executivo.
O general narrou o cenário, dizendo que estava “arrepiado”. Ridauto Fernandes foi alvo da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, desencadeada em 29 de setembro de 2023. Fernandes não está entre os alvos desta quinta-feira.
Já na reserva do Exército, Ridauto Fernandes ocupou cargos importantes no governo de Jair Bolsonaro. Trabalhou com Mauro Cid. Ao lado de Cid, o ex-general trabalhou no Comando de Operações Especiais do Exército, em Goiânia. Também foi encarregado das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Região Metropolitana de Natal e em Mossoró.
Investigação da PF sobre o 8 de janeiro mostra que o suposto plano para derrubar Lula por meio de uma intervenção militar incluía o acionamento do Comando de Operações Especiais do Exército, em Goiânia, para efetivar a intervenção militar federal, com a volta de Bolsonaro ao Planalto.
Mauro Cid é apontado como um dos mentores do suposto golpe
Em outra operação, deflagrada em fevereiro, a PF apontou Mauro Cid e outros seis oficiais do Exército como integrantes do “núcleo operacional” da suposta “organização criminosa” que pretendia dar um golpe de Estado para impedir a posse de Lula, com prisão de ministros do STF. Na ocasião, além dos militares, foram alvos da operação Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Segundo a PF, os oficiais comandados por Cid integravam os “kids pretos”. No caso do plano para impedir a posse de Lula, Cid e seus colegas eram encarregados de “reuniões de planejamento e execuções de medidas”, além de “logística e financiamento” para manutenção dos acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em frente a quartéis do Exército, onde a intervenção militar era a principal bandeira.
Para apontar Cid e outros oficiais como responsáveis pelo “núcleo operacional” do plano de golpe de Estado, a PF apresentou à PGR e ao STF troca de mensagens de áudio e textos recuperados por peritos com autorização judicial. Os investigadores citam uma reunião entre o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, então ajudante de ordens de Bolsonaro, com oficiais com formação para integrar as forças especiais. O encontro ocorreu na noite de 28 de novembro de 2022, em Brasília.
Essa reunião resultou, ainda de acordo com a PF, em uma carta assinada por oficiais e endereçada ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, que pedia a adesão dele ao plano de golpe de Estado. Gomes não cedeu à pressão desses militares nem de outros. Por isso, foi chamado de “cagão” por Braga Netto, então ministro da Defesa, que também apoiou “oferecer a cabeça dele aos leões”, conforme provas anexadas pela PF ao relatório em que pediu autorização para cumprimento de buscas, apreensões e prisões nesta quinta-feira.
Os investigadores souberam dessa reunião em Brasília por meio de diálogos que estavam arquivados no telefone celular de Mauro Cid, apreendido pela PF – ele foi preso por causa da falsificação de comprovantes de vacina contra Covid-19 e é investigado em outros inquéritos, como o que desencadeou na operação que trata das joias da Arábia Saudita que Bolsonaro não entregou ao patrimônio da União.
Mauro Cid foi intimado a depor novamente, nesta terça-feira. A PF recuperou dados que haviam sido apagados em computadores dele. Ou seja, é forte a suspeita que Cid escondeu informações relevantes dos investigadores. Com isso, ele corre o risco de perder os benefícios da delação premiada.