ESTRATÉGIAS

Lula quer aproximação com 'eleitor raiz’ contra crise de popularidade

Presidente já está de olho em 2026, intensifica agenda de viagens e discursos de campanha e anuncia medidas como liberação do FGTS

Por O Tempo Brasília
Atualizado em 06 de março de 2025 | 18:13

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem adotado estratégias para se aproximar mais do seu “eleitor raiz” pensando em 2026. A nomeação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, como ministra das Relações Institucionais é um aceno aos setores mais à esquerda. Ela é bastante respeitada pela militância por não abandonar as pautas defendidas por essa ala.   

Na mesma linha, Lula visita, nesta sexta-feira (7), o assentamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, no sul de Minas Gerais, em uma tentativa de reaproximação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).  

Além disso, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) chegou a ter o nome cotado para assumir um cargo no primeiro escalão do governo Lula, de acordo com o jornal Folha de São Paulo.

Boulos ocuparia a Secretaria-Geral da Presidência da República, responsável pela interlocução com movimentos sociais. O deputado federal teria a “agressividade” que o presidente disse buscar na reforma ministerial. 

O governo também anunciou, na semana ada, uma medida que beneficia os trabalhadores com carteira assinada: a liberação do FGTS para quem foi demitido mas optou pelo saque-aniversário. Já, nos próximos dias, deve anunciar ampliação do crédito consignado pelos trabalhadores da iniciativa privada. 

Desde que assumiu a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, o marqueteiro Sidônio Palmeira orientou algumas mudanças no discurso do presidente Lula. Além de intensificar a agenda de viagens pelo país, o petista usou pronunciamento em rede nacional para divulgar programas como o Farmácia Popular e o Pé-de-Meia. 

As iniciativas acontecem em um momento de crise de popularidade do governo, que atingiu o menor índice dos três mandatos de Lula. O presidente deve ar a fazer uma série de pronunciamentos em rádio e TV a cada 15 dias, para dar visibilidade às ações do governo. 

O uso político desses pronunciamentos, entretanto, tem gerado críticas na oposição, já que costumam ser usados em situações mais específicas, como alguma medida emergencial ou de grande impacto ou datas comemorativas, como 7 de Setembro e Natal. 

No entanto, as medidas de comunicação defendidas por Sidônio envolvem a imagem do presidente. Durante reunião ministerial no início do ano, o marqueteiro afirmou que os feitos do governo precisam chegar à população e disse que Lula deve ser o “motor” da comunicação.