BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu, nesta segunda-feira (7), que a anistia para os presos pelo 8 de Janeiro seja tratada com responsabilidade para não intensificar a crise entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele esteve no centro dos discursos feitos na manifestação de Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo nesse domingo (8). A direita aposta em amplificar a pressão sobre Motta para acelerar a tramitação do projeto de lei que anistia as pessoas que participaram daqueles atos.
"[É preciso] responsabilidade na solução desse problema para nós não aumentarmos a crise institucional que já estamos vivendo", disse durante encontro com a Associação Comercial de São Paulo.
"Conduzirei o tema com a serenidade que ele requer, ouvindo os líderes e respeitando a maioria", acrescentou. A declaração de Hugo Motta, sem assumir compromisso de pôr a proposta em votação, foi feita diante do líder do PSD, Antônio Britto (BA), do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), e do presidente do PSD, Gilberto Kassab.
O presidente da Câmara afirmou que não cabe a ele impor censura a qualquer pauta, mas avaliou que não existe pauta única, e que as propostas de outras bancadas — que não a do Partido Liberal — também têm que entrar em discussão.
"Essa [anistia] não é a pauta única do Brasil. As pautas dos outros partidos também têm relevância. Temos inúmeros desafios e não ficaremos s a um só tema", disse, citando ainda a importância de pôr em pauta o projeto de lei do voto distrital misto e a PEC da Segurança Pública, que será entregue pelo Palácio do Planalto à Câmara nesta terça-feira (8).
Apesar dessas declarações, Motta também afagou a oposição e disse que há exagero na aplicação das penas distribuídas pelo STF aos condenados pelos episódios de invasão e depredação dos prédios públicos.
"Eu defendo a sensibilidade para corrigir algum exagero para quem não merece receber uma punição. Essa sensibilidade é necessária", afirmou. Ele disse, ainda, que esse é um meio necessário para a "pacificação nacional".
Motta é cobrado por anistia em manifestação de Bolsonaro
Um dos financiadores da manifestação desse domingo, o pastor Silas Malafaia cobrou uma posição do presidente da Câmara, Hugo Motta, sobre a anistia. "Você, Hugo Motta, está envergonhando o honrado povo da Paraíba", disse durante discurso nesse domingo.
A anistia é prioridade para a oposição, e o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), articula o recolhimento de s para obrigar Motta a pôr um requerimento de urgência em pauta para votação da proposta da anistia.
"Com a ajuda (dos governadores) Ronaldo Caiado, Romeu Zema, Tarcísio de Freitas e Wilson Lima esperamos ter as 257 s necessárias. Aí será pautado, querendo ou não", disse o líder da bancada também na manifestação.