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Lula ignora desejo do Centrão e irrita ala do Congresso com ida de Gleisi para articulação política
Líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões era cotado para o lugar de Alexandre Padilha nas Relações Institucionais; nome agradava partidos do Centrão
BRASÍLIA — Isnaldo Bulhões era incontestável. Cotado para a articulação política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o líder do MDB na Câmara acabou preterido pelo petista, que optou pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI).
A liderança da terceira maior bancada da Câmara dos Deputados e a intimidade com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) credenciavam Isnaldo para o cargo, além da preferência declarada dos partidos de Centrão pelo nome dele.
A dias da definição, o líder de uma das principais bancadas da Câmara avaliou que Isnaldo era a melhor opção e facilitaria o trânsito entre os partidos e o Palácio do Planalto. "Se eu fosse o Lula, escolheria o Isnaldo", avaliou. Ainda nas horas que antecederam a opção de Lula pela aliada Gleisi, outro deputado classificou o candidato à SRI como "nome experiente, acostumado às interlocuções, ao diálogo e aos acordos".
Isnaldo parecia a opção perfeita. Um nome para atender às exigências do Centrão, que desejava maior presença nos gabinetes da "cozinha" do Palácio do Planalto, e para pacificar as relações com o grande bloco da Câmara dos Deputados — com União Brasil, PP, PSD, MDB e Republicanos.
"A única questão [com Isnaldo] é se ele teria respaldo do Lula. Aquela cadeira [da Secretaria das Relações Institucionais] frita qualquer um se não derem tinta para a caneta…", avaliou um deputado. "A questão é se o governo garantiria que os acordos seriam cumpridos…", completou.
A opção de Lula por um quadro do PT — com estreita relação com ele próprio — incomodou alas do Centrão, que têm se sentido desprestigiadas nas mudanças na Esplanada dos Ministérios. Outra análise é que o petista optou por um nome dos nomes mais radicais do partido, e que talvez não conseguirá transitar no Congresso Nacional — como não conseguiu Alexandre Padilha, segundo a avaliação interna de lideranças na Câmara.