EDITORIAL

Rodas da exploração sexual em Minas 5d5659

Estado lidera o triste ranking nacional de pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais; são 3.581 locais mapeados. 464v68

Por Editorial O TEMPO
Publicado em 28 de maio de 2025 | 07:00
 
 
Dark street, wet asphalt abstract dark blue background, empty dark scene, neon light, spotlights The concrete floor and studio room with smoke float up the interior texture for display products Foto: CHIEW ROPRAM

Minas Gerais lidera o triste ranking nacional de pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais. São 3.581 locais mapeados, o que representa um ponto a cada 2,37 km. Esse cenário não pode ser tratado como uma estatística fria. Por trás desses números há vidas em risco, infâncias roubadas e futuros comprometidos, além de aspectos socioeconômicos.

A exploração sexual infantojuvenil é um crime que se alimenta, sobretudo, da vulnerabilidade social. A miséria, a falta de o a educação de qualidade e de oportunidades de trabalho digno para as famílias, além da ausência de políticas públicas efetivas, criam um ambiente propício para que redes criminosas se estabeleçam e prosperem às margens das rodovias.

Minas Gerais, por sua vasta malha rodoviária, torna-se território fértil para esse tipo de crime, que muitas vezes se esconde sob a conivência social, a falta de fiscalização e a omissão do poder público. Combater esse problema exige, antes de tudo, reconhecer sua gravidade e complexidade.

É fundamental que haja uma ação conjunta entre governos, sociedade civil e os estabelecimentos comerciais. Investir em fiscalização ostensiva nas rodovias, fortalecer os serviços de proteção social e ampliar os canais de denúncia são medidas urgentes. Programas de acolhimento, assistência psicológica e reinserção social para vítimas também são indispensáveis.

Além disso, é necessário atacar a raiz do problema: a vulnerabilidade social. Erradicar a pobreza, ampliar o o à educação, gerar emprego e fortalecer as famílias são os indispensáveis para romper o ciclo de exploração. Campanhas permanentes de conscientização, formação de agentes comunitários e capacitação de profissionais que atuam nas estradas podem fazer a diferença.

Trata-se de uma questão de dignidade, de direitos humanos e de justiça social. Minas tem o dever de liderar também o combate a esse crime hediondo ao longo de suas estradas, protegendo suas crianças e garantindo a elas o direito sagrado de viver uma infância plena e segura.