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Rodas da exploração sexual em Minas

Estado lidera o triste ranking nacional de pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais; são 3.581 locais mapeados.

Por Editorial O TEMPO
Publicado em 28 de maio de 2025 | 07:00

Minas Gerais lidera o triste ranking nacional de pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais. São 3.581 locais mapeados, o que representa um ponto a cada 2,37 km. Esse cenário não pode ser tratado como uma estatística fria. Por trás desses números há vidas em risco, infâncias roubadas e futuros comprometidos, além de aspectos socioeconômicos.

A exploração sexual infantojuvenil é um crime que se alimenta, sobretudo, da vulnerabilidade social. A miséria, a falta de o a educação de qualidade e de oportunidades de trabalho digno para as famílias, além da ausência de políticas públicas efetivas, criam um ambiente propício para que redes criminosas se estabeleçam e prosperem às margens das rodovias.

Minas Gerais, por sua vasta malha rodoviária, torna-se território fértil para esse tipo de crime, que muitas vezes se esconde sob a conivência social, a falta de fiscalização e a omissão do poder público. Combater esse problema exige, antes de tudo, reconhecer sua gravidade e complexidade.

É fundamental que haja uma ação conjunta entre governos, sociedade civil e os estabelecimentos comerciais. Investir em fiscalização ostensiva nas rodovias, fortalecer os serviços de proteção social e ampliar os canais de denúncia são medidas urgentes. Programas de acolhimento, assistência psicológica e reinserção social para vítimas também são indispensáveis.

Além disso, é necessário atacar a raiz do problema: a vulnerabilidade social. Erradicar a pobreza, ampliar o o à educação, gerar emprego e fortalecer as famílias são os indispensáveis para romper o ciclo de exploração. Campanhas permanentes de conscientização, formação de agentes comunitários e capacitação de profissionais que atuam nas estradas podem fazer a diferença.

Trata-se de uma questão de dignidade, de direitos humanos e de justiça social. Minas tem o dever de liderar também o combate a esse crime hediondo ao longo de suas estradas, protegendo suas crianças e garantindo a elas o direito sagrado de viver uma infância plena e segura.