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Após denúncia, Cruzeiro fez cessão de direitos de atleta da base a conselheiro

Estevam William, o Messinho, teve 15% dos direitos cedidos a Fernando Ribeiro Morais, que foi expulso do conselho do clube em abril

Por Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2020 | 10:30

Conhecido como “Messinho”, Estevão William, que hoje tem 13 anos, teve seus direitos econômicos negociados entre o Cruzeiro a um empresário, prática ilegal que configura crime tanto na Lei Pelé, quanto no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

Ano ado, em denúncia exibida pelo Fantástico, da TV Globo, o garoto teve 20% do seu e usado como garantia de um empréstimo de R$2 milhões de reais. Mas mesmo após a reportagem que denunciava o crime ter ido ao ar, o então vice-presidente de futebol do clube, Itair Machado, negociou 15% dos direitos do atleta com a empresa Estrela Sports Ltda, conforme divulgou o site Deus Me Dibre.

No dia 1º de junho de 2019, Itair Machado, numa tentativa de burlar a legislação, trata a negociação no contrato como “Condomínio de Direitos Econômicos Exclusivos”. O contrato aponta o Cruzeiro como detentor de 70% dos direitos do atleta, enquanto os outros 15% ficariam com o próprio atleta, representado pelo pai do jogador.

A empresa citada está em nome de Fernando Ribeiro de Morais, conselheiro do Cruzeiro que foi expulso pelo conselho gestor em abril de 2020 por ter recebido remuneração do clube. Na época, foi divulgado que o mesmo agenciava a carreira do atleta e ajudou no custeamento da manutenção da família.

"Eu não fiz nada de ilegal, eu só queria ter algo documentado com o clube. Eu ajudei a família e acho que todo investimento que você faz gera algum retorno. Diferente daquilo que saiu na televisão (matéria no Fantástico) que alguém comprou percentual do e dele. Eu banquei a família e esse tipo de negociação, se ele vier a ser um atleta profissional… é um acordo que quem entrou lá pode manter comigo ou não", explicou Fernando.

O Cruzeiro poderá sofrer sanção por conta dos crimes cometidos pela antiga gestão, como o bloqueio e o ree de receita ou premiação econômica que tenha direito de receber, proibição de registrar novos atletas por um período superior ao de seis meses e até a suspensão dos efeitos ou cancelamento do Certificado de Clube Formador.

Procurado pela reportagem do Super.FC, o ex-vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado não retornou aos contatos feitos.