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Gonet pede que PF monitore redes sociais de Eduardo e ouça Jair Bolsonaro sobre sustentar o filho nos EUA
Paulo Gonet pediu que o STF abra inquérito para apurar a atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA; o caso está no gabinete do ministro Alexandre de Moraes

BRASÍLIA – O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, pediu que a Polícia Federal (PF) monitore e preserve conteúdos pertinentes publicados nas redes sociais do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Gonet também pediu para a PF ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ser "diretamente beneficiado" e para que esclareça a informação de que é o responsável financeiro por manter o filho nos Estados Unidos.
Os pedidos estão no ofício em que Gonet enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) requerendo a abertura de um inquérito contra Eduardo Bolsonaro pela atuação do parlamentar para buscar sanções do governo norte-americano contra autoridades brasileiras.
O presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, encaminhou o caso ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, por ele já ser relator de ações semelhantes.
O PGR declarou que Eduardo está “se dedicando” em sua missão porque considera haver uma "perseguição política a si mesmo e a seu pai". A referência é à ação penal que tem Jair Bolsonaro réu no STF pela suposta tentativa de golpe de Estado após perder as eleições em 2022.
A articulação do deputado, segundo o documento enviado ao STF, é revelada "sobretudo" em publicações em redes sociais e em entrevistas.
"Há um manifesto tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na Ação Penal, percebendo-se o propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação", alegou Gonet.
Há ameaças, segundo Gonet, não apenas a integrantes do STF, PGR e PF, mas também a familiares de autoridades. Isso, a partir de medidas punitivas pelo governo dos Estados Unidos "que o sr. Eduardo, apresentando-se como junto a ele particularmente influente, diz haver conseguido motivar, concatenar, desenvolver e aprovar em diversas instâncias".
"As punições estariam prontas para serem incrementadas e implementadas, gradual ou imediatamente, contra autoridades que investigam a ele próprio, ao seu pai e a correligionários", frisou.
"A seriedade das ameaças levadas a efeito pelo sr. Eduardo Bolsonaro se mostrou tanto mais deletéria quando se percebeu, em pronunciamento do titular da Secretaria de Estado dos Estados Unidos que, efetivamente, as medidas de sanção por que o sr. Eduardo Bolsonaro tanto se bate, estão sendo analisadas 'e que há uma ‘grande probabilidade’ de que aconteçam'", completou.
Gonet destacou que "as retaliações buscadas, concatenadas e anunciadas" por Eduardo "intrepidamente contra as autoridades responsáveis pela condução dos casos mencionados nesta peça se assomam como graves atos de interferência sobre o livre exercício dos Poderes Constitucionais".
O PGR atendeu a uma representação criminal apresentada pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), contra Eduardo Bolsonaro. Além da oitiva de Jair Bolsonaro e do monitoramento de Eduardo, Gonet determinou que o deputado licenciado esclareça as acusações. Ainda, que autoridades diplomáticas brasileiras nos Estados Unidos sejam ouvidas sobre os supostos fatos.
Eduardo Bolsonaro se licenciou do mandato em março para morar nos Estados Unidos. Desde então, vem usando suas redes sociais para informar sobre a busca de sanções a autoridades brasileiras que integram núcleos de investigações que afetam sua família.
O ex-presidente já declarou que usa parte do dinheiro arrecadado via Pix para pagar as despesas do filho. Em 2023, apoiadores de Bolsonaro doaram R$ 17 milhões a ele em uma “vaquinha”. O ex-ministro do Turismo Gilson Machado voltou a pedir novas doações ao ex-presidente e declarou que, do valor arrecadado, já foram gastos R$ 8 milhões.