BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tratou como “devaneios” os planos de bilionários em investirem na colonização de Marte ao invés de melhorarem as condições de vida na Terra. A declaração ocorreu nesta terça-feira (6) durante o lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial Nacional do Chile, na capital Santiago.
Apesar de não citar nomes em seu discurso, Lula fez uma crítica indireta ao empresário Elon Musk, dono da rede social X e da Space X, empresa responsável por fabricar um foguete para levar astronautas da Nasa e, posteriormente, residentes a Marte. Entre os planos do bilionário, está o de criar uma cidade no planeta inabitado.
“Os devaneios de bilionários que preferem colonizar Marte a cuidar da Terra não substituem a ação e a orientação do Estado” disse o presidente, ao apontar uma “negligência governamental” brasileiro que não teria investido no ramo “nos últimos anos”. “Apesar da sua importância, o setor espacial é uma das áreas em que a desigualdade entre os países é mais gritante”.
A participação do presidente do Brasil em uma obra no Chile se dá diante da dos dois governos de um memorando de entendimento sobre cooperação em atividades espaciais para fins pacíficos. O propósito é realizar intercâmbio de informações entre os dois países em pesquisas na área.
Novas críticas a Elon Musk
As críticas de Lula a Elon Musk vem se repetindo desde o ano ado, quando o bilionário ou a questionar a legitimidade do processo eleitoral brasileiro e acusar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de arbitrariedade na tomada de decisões contra integrantes da direita. Ao citar o caso de Marte, o presidente teria a intenção de reforçar a importância de preservar florestas e investir no combate ao avanço dos efeitos climáticos.
"Quando se trata de tecnologia, a prática corrente do mundo em desenvolvimento costuma ser correr ao topo e, como diz um economista sul-coreano, ‘chutar a escada’ para que os outros não a alcancem. A cooperação entre os países do Sul [do planeta] tem potencial para reverter essa desvantagem. Juntos poderemos multiplicar capacidades e erguer nossa própria escada", afirmou.