Em sua oitava participação como presidente brasileiro na Assembleia-Geral da ONU, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (19) que quer alcançar a igualdade racial no país e que o Brasil está à frente na transição energética. Além disso, condenou a desigualdade social e climática no Sul global.  

“A mais ampla e mais ambiciosa ação coletiva da ONU voltada para o desenvolvimento, a Agenda 2030, pode se transformar no seu maior fracasso. A maior parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável  caminha em ritmo lento. Nesses sete anos que nos restam, a redução das desigualdades dentro dos países e entre eles deveria se tornar o objetivo-síntese da Agenda 2030.  No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um 18º objetivo que adotaremos voluntariamente”. 

Energia sustentável e renovável

Muito aplaudido no discurso, o petista teve que interromper a fala algumas vezes. Em alguns momentos, foi quando defendeu a democracia e reiterou que o Brasil está de volta ao cenário internacional.  O petista também foi ovacionado ao destacar os números da redução do desmatamento na floresta Amazônica. Ainda sobre a pauta, ambiental, destacou o papel do Brasil como potência na transição energética.

"Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo. No Brasil, já provamos uma vez e vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível. Estamos na vanguarda da transição energética, e nossa matriz já é uma das mais limpas do mundo. 87% da nossa energia elétrica provem de fontes limpas e renováveis. A geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel cresce a cada ano. É enorme o potencial de produção de hidrogênio verde. Com o Plano de Transformação Ecológica, apostaremos na industrialização e infraestrutura sustentáveis. Retomamos uma robusta e renovada agenda amazônica, com ações de fiscalização e combate a crimes ambientais. Ao longo dos últimos oito meses, o desmatamento na Amazônia brasileira já foi reduzido em 48%. O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora, a Amazônia está falando por si".