O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o mundo aprendeu a “normalizar” a desigualdade e defendeu uma união entre os países para o combate das desigualdades, em discurso na cúpula do G20, neste sábado (9), em Nova Délhi, na Índia.

Lula anunciou que quando o Brasil assumir a presidência rotativa do G20, a partir de dezembro, irá lançar uma Aliança Global Contra a Fome. Ele cita que, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, mais de 700 milhões de pessoas são afetadas pela fome no mundo.

“Há dois séculos, a renda dos mais ricos era 18 vezes maior do que a dos mais pobres. Hoje, em plena quarta revolução industrial, a renda dos mais ricos é 38 vezes a dos mais pobres. Os 10% mais ricos detêm 76% da riqueza do planeta, enquanto os 50% mais pobres possuem apenas 2%”, completou.

O presidente destacou a criação da lei, no Brasil, que obriga que homens e mulheres que fazem o mesmo trabalho na mesma empresa recebam salários iguais. Ele criticou o mercado financeiro e disse que a desigualdade é “socialmente construída”.

“O mundo desaprendeu a se indignar e normalizou o inaceitável. A crença de que o crescimento econômico, por si só, reduziria as disparidades se provou falsa. Os recursos não chegaram nas mãos dos mais vulneráveis.  O mercado continuou indiferente à discriminação contra mulheres, minorias raciais, LGBTQI+ e pessoas com deficiência”, afirmou.

Lula ainda defendeu que os mais ricos paguem impostos “proporcionais” aos seus patrimônios. Na semana ada, o governo brasileiro enviou um projeto de lei que taxa aplicações financeiras no exterior e os chamados fundos exclusivos dos “super-ricos”.

Ainda neste sábado, mais cedo, Lula cobrou que os países mais ricos financiem o combate às mudanças climáticas no mundo.