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MST promove invasões de terras em três Estados e prepara ‘Abril Vermelho’
Mobilização de mulheres pressiona o governo Lula a acelerar ações no âmbito da reforma agrária
BRASÍLIA - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promoveu, nos últimos dias, uma série de invasões de terras em 23 Estados e no Distrito Federal, com destaque para ações na Bahia, no Ceará e no Espírito Santo.
A mobilização faz parte da “Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra”, iniciada no dia 8 de março. Segundo o MST, o objetivo é pressionar o governo Luiz Inácio Lula da Silva a dar prioridade para ações no âmbito da reforma agrária.
Uma das principais invasões aconteceu em Aracruz (ES). Cerca de mil mulheres do movimento nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais ocuparam uma área da empresa de celulose Suzano. Atualmente, há 22 áreas de conflito entre a empresa e o MST.
No Ceará, mais de 200 famílias invadiram uma área próxima ao município de Limoeiro do Norte. O MST aponta a região como “um dos principais espaços de atuação do agronegócio no Estado”. O local invadido é de propriedade da União e está sob tutela do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), órgão federal historicamente cobiçado por partidos do Centrão.
Já na Bahia, a ação se concentrou em terras consideradas improdutivas na região da Chapada Diamantina, nos municípios de Nova Redenção e Boa Vista do Tupim. A invasão, com cerca de 300 famílias, cobra que essas terras sejam destinadas à reforma agrária.
Além disso, cerca de 600 mulheres concentraram as ações em um trecho da BR-101, próximo à cidade de Gontijo, no sentido de Itamaraju, no extremo sul da Bahia.
O MST prepara uma série de invasões no próximo mês, chamado pelo movimento de “Abril Vermelho”, em referência ao massacre de Eldorado do Carajás, onde 21 sem-terra foram assassinados em 17 de abril de 1996. Tradicionalmente, o MST intensifica as ocupações durante esse período.
Na última sexta-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou um assentamento do MST em Campo do Meio, no Sul de Minas Gerais. Antes do encontro, o MST havia divulgado uma carta para pressionar o governo a assentar 100 mil famílias.