NOVA MINISTRA

Primeiro dia de Gleisi na articulação política tem reuniões com PT, aliados e Centrão ep

Recém-empossada, ministra da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula tenta superar resistências de lideranças ao centro e à direita 6t2k1n

Por Levy Guimarães
Atualizado em 12 de março de 2025 | 12:14
 
 
Após ser empossada por Lula, Gleisi Hoffmann recebeu petistas, aliados e Centrão Foto: Gil Ferreira/Ascom-SR

BRASÍLIA - Em seu primeiro dia como ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann fez movimentos para tentar quebrar resistências de partidos de fora do campo da esquerda à sua nomeação para coordenar a articulação política do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ao mesmo tempo, atuou para diminuir as tensões internas no PT, partido que presidiu nos últimos oito anos.

A primeira reunião da nova ministra, cujo gabinete fica no Palácio do Planalto, foi com o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva. Ele é apontado como o favorito para vencer as eleições à presidência do PT, que ocorrem em julho. Apesar de ter o aval do presidente Lula e de outros caciques da sigla, o nome dele está longe de ser unanimidade, inclusive na corrente majoritária da legenda.

Porém, dissidentes tentam construir uma candidatura alternativa e acreditam que Edinho pode não ter o apoio que imagina dentro da base petista. Assim, a reunião de Gleisi com Edinho na terça-feira (12) se deu no sentido de buscar aparar arestas sobre a disputa. 

Reuniões com base e Centrão 324751

Depois, Gleisi ou o restante do dia se encontrando com lideranças partidárias da Câmara. Primeiro, a agenda se restringiu a líderes dos partidos de esquerda e centro-esquerda - os deputados Mário Heringer (PDT-MG), Pedro Campos (PSB-PE), Renildo Calheiros (PcdoB-PE), Luciano Amaral (PV-AL), Talíria Petrone (Psol-RJ) e Lindbergh Farias (PT-RJ), além do líder do governo, José Guimarães (PT-CE).

À noite, recebeu, em seu apartamento funcional, líderes do Centrão, que receberam com desconfiança a escolha de Gleisi por considerarem a petista muito à esquerda para assumir a articulação junto a tantos partidos ao centro. Entre os presentes, estavam o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e parlamentares de siglas como PP, PSD e MDB.

O objetivo inicial de Gleisi é ar a mensagem de que, apesar da postura vista como beligerante enquanto era presidente do PT, ela terá outro tipo de atitude como ministra. Afinal, são cargos de naturezas bem diferentes.

Entre os desafios da nova ministra, estão dar agilidade à execução das emendas parlamentares e auxiliar Lula na distribuição de cargos de primeiro e segundo escalão entre as diferentes legendas que compõem a base, da esquerda à centro-direita.