DE OLHO EM 2026

Com queda na aprovação, Lula intensifica viagens e discursos em tom de campanha

Em eventos no Pará, presidente disse que vai provar que é a melhor opção para governar o país 

Por Ana Paula Ramos
Publicado em 15 de fevereiro de 2025 | 11:45

BRASÍLIA - Diante da recente queda em sua popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem intensificado a agenda de viagens pelo país e os discursos em tom de campanha.  
Em evento no Pará, na sexta-feira (14), o petista afirmou que vai provar que é a melhor opção para presidir o país. Em seu discurso, ele disse que 2025 é o ano de “derrotar a mentira”, em uma referência às notícias falsas que circulam na internet. "Eu dediquei 2025 para derrotar a mentira. 2025 vai ser o ano da verdade. Eu quero provar que somos melhores que os outros para governar este país". 

“Nós não queremos mais presidente que seja mentiroso, de fake news, contra vacina, contra a educação”, falou em outro evento, em Belém, para divulgação dos investimentos do governo federal para a COP30.

Pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira mostrou que os brasileiros que aprovam seu governo são 24%, o pior patamar de Lula em todos os seus três mandatos até aqui. Em dois meses, o índice despencou 11 pontos percentuais, ando de 35% para 24%.

Dos entrevistados, 41% reprovam o governo do petista. A reprovação também é recorde. De acordo com o levantamento, 32% avaliam o governo como regular, e 2% não souberam ou não responderam. 

A queda do índice de aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ser explicada por desgastes recentes, como a polêmica envolvendo o Pix. Em janeiro, a oposição divulgou vídeos na internet afirmando que a Receita Federal começaria a taxar transferências feitas por Pix.

As notícias falsas vieram a partir da informação de que o órgão ará a receber dados sobre todo tipo de transação bancária entre pessoas físicas que ultraem o valor de R$ 5 mil. Com isso, o governo decidiu revogar o ato normativo da Receita Federal. Por isso, Lula tem tem ressaltado a importância de "derrotar a era da mentira".

"A gente tem que derrotar a era da mentira. Vivemos em um período da era da mentira. O importante é você mentir o tempo todo. O cara se tranca no quarto com o telefone celular e fica inventando mentira, fazendo provocação, provocando os outros", afirmou Lula, em discurso no Pará. 

Aliados do governo também atribuem a queda de popularidade às fake news. Em suas redes sociais, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, cotada para assumir um ministério no Planalto, afirmou que a pesquisa divulgada na última sexta é o "reflexo dos dois meses mais difíceis para este governo". 

"Tivemos a especulação desenfreada com o câmbio, que também afetou os preços dos alimentos, o aumento do imposto estadual sobre a gasolina, as péssimas notícias sobre o aumento dos juros, o terrorismo sobre o resultado fiscal e a maior 'fakenews' de todos os tempos, sobre a taxação do PIX", escreveu a parlamentar.