O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia criar um gabinete permanente no Rio Grande do Sul por causa da tragédia climática que assola centenas de cidades gaúchas.  

A informação foi adiantada pelo blog do jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, e confirmada pelo O TEMPO Brasília.  

O objetivo é criar uma espécie de posto avançado do Palácio do Planalto em Porto Alegre. Esse gabinete vai centralizar as informações a serem encaminhadas à Presidência da República, bem como ser o ponto base da istração federal.  

Esse gabinete avançado seria parecido com a casa de governo montada em Roraima, neste ano, para auxiliar o governo federal no trabalho com a crise humanitária vivida pelo povo Yanomami. Os indígenas enfrentam fome, doenças e violência em decorrência do avanço do garimpo ilegal na região.  

A criação do gabinete permanente no Rio Grande do Sul pode ser anunciada na quarta-feira (15), quando o presidente Lula retorna ao Estado gaúcho pela terceira vez, desde o início da tragédia ambiental que já deixou 147 pessoas mortas.  

Ministros do governo Lula tem se revezado em comitivas durante viagens aos municípios atingidos. O ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, que é gaúcho de Santa Maria, tem sido espécie de porta-voz do governo federal e coordenado os anúncios realizados pelos colegas. 

Em Brasília, ministros, juntamente com as Forças Armadas e estrutura da Defesa Civil, tem feito encontros diários. Já foram realizadas nove reuniões na Sala de Situação no Palácio do Planalto. 

Cobranças de Lula aos ministros  

O presidente Lula tem cobrado maior presença dos auxiliares no Rio Grande do Sul e quer que eles façam mais corpo a corpo com autoridades locais, voluntários e cidadãos afetados.  

Lula deu uma bronca direta nos ministros durante reunião realizada a noite no Palácio do Planalto na segunda-feira (13). O petista pediu aos auxiliares empenho no alinhamento das informações e quer que os titulares das pastas parem de anunciar “ideias” ao invés de ações.  

Cada ministro que for falar, e cada ministra, tentar falar sempre a mesma coisa que está acontecendo. Não ficar dizendo coisa que não está acontecendo ou ficar inventando coisas que ainda não discutiu. Ou seja, não dá para cada um de nós que tem uma ideia anunciar publicamente uma ideia”, declarou.  

Na sequência, ele disse que a pulverização de ideias acaba não construindo uma política pública efetiva. Uma ideia é um instrumento de conversa do governo para a gente transformar uma ideia em uma política real. Não é cada um que tem uma ideia ir falando da sua ideia, falando que vai fazer. Isso termina não construindo uma política pública sólida e uma atuação homogênea do governo no caso do Rio Grande do Sul", concluiu.  

Pacote de medidas do governo Lula para socorrer o RS 

Ainda na segunda-feira, o presidente Lula anunciou a suspensão do pagamento da dívida do Rio Grande do Sul com a União por 36 meses. Com isso, o Estado gaúcho vai contar com uma folga orçamentária de quase R$ 11 bilhões, destinados exclusivamente às ações de reconstrução após as enchentes. 

Na tarde desta terça-feira, o petista vai anunciar um auxílio-emergencial para socorrer às famílias atingidas pelas enchentes.  

Na semana ada, o governo federal anunciou um pacote de cerca de R$ 50,9 bilhões para socorrer produtores rurais, trabalhadores, assalariados, empresas, prefeituras e beneficiados por programas assistenciais. As medidas incluem adiantamento do abono salarial, do seguro-desemprego e da restituição do Imposto de Renda, entre outros.