BRASÍLIA – O Rio Grande do Sul tem 102 trechos de rodovias federais e estaduais com bloqueios total ou parcial por causa das enchentes, que começaram há duas semanas. Grande parte das interdições é nas estradas que am pela Serra Gaúcha.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), dos pontos interditados, 56 estão em rodovias federais. Na via que liga Nova Petrópolis a Caxias do Sul, uma ponte cedeu após o nível de água do rio aumentar. 

Com a tendência do rio Guaíba subir, podendo chegar à marca de 5,5 metros, e de outros rios do estado, a PRF irá avaliar a segurança de trechos que haviam sido liberados, ou seja, se terão de ser fechados novamente. 

Porto Alegre tem corredor humanitário improvisado 

Para permitir a chegada de ajuda humanitária a Porto Alegre, a prefeitura da capital gaúcha demoliu uma arela de pedestres sobre uma avenida alagada e construiu uma pista com cascalho.

O “corredor humanitário” fica entre a Rua da Conceição e a Avenida Castelo Branco, ao lado da Rodoviária de Porto Alegre , onde circulam exclusivamente transportes como caminhões-pipa, carretas com doações, ambulâncias e viaturas.

Cerca de 20 mil veículos de emergência aram pela pista provisória até esta segunda-feira (13). A Prefeitura de Porto Alegre liberou o caminho por volta das 18h de sexta-feira (10). 

Como a região está alagada, a via é uma alternativa para veículos de emergência darem e a pessoas afetadas pelas enchentes na capital, além de desafogar a RS-118, que hoje é um dos únicos o à Região Metropolitana.

Previsão de cheia histórica, deslizamento e geadas

A tragédia climática no Rio Grande do Sul completou, nesta segunda-feira, duas semanas, com 147 mortos, 125 desaparecidos e 806 feridos. A quantidade de pessoas fora de suas casas aumentou para mais de 618 mil, sendo que 81 mil estão em abrigos e 538 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes).

Voltou a chover em Porto Alegre no domingo e em outras partes do estado, como no Vale do Taquari, umas das regiões mais afetadas pelos temporais da semana ada. Foram emitidos alertas de deslizamento para várias cidades. Há ainda previsão de frio intenso nesta semana, com possibilidade de geada.

No início da tarde de segunda-feira, o lago Guaíba voltou a ultraar os 5 metros em Porto Alegre, depois de uma semana baixando lentamente. A capital gaúcha, inclusive, pode registrar uma nova cheia histórica.

O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estima que o lago Guaíba deve atingir seu nível máximo entre a tarde e a noite desta terça-feira (14), e que o lago deve alcançar entre 5,3 e 5,5 metros – ultraando o pico de 5,3m do último dia 5.