TROCA DE FARPAS

Senador manda Marina Silva ‘se colocar no seu lugar’ e ministra responde: ‘não sou submissa’

Bate-boca em comissão do Senado fez com que a ministra abandonasse a audiência em protesto

Por Levy Guimarães
Atualizado em 27 de maio de 2025 | 16:19

BRASÍLIA - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, travou uma discussão com o senador Marcos Rogério (PL-RO) nesta terça-feira (27) em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado para debater unidades de conservação marinha na Margem Equatorial do Amapá.

Veja o vídeo:

Em certo momento, a ministra discutia com o senador Omar Aziz (PSD-MA). Os dois chegaram a bater boca fora do microfone sobre a aprovação do PL do novo licenciamento ambiental, quando Marcos Rogério, que preside a comissão, tentou interromper o debate.

Marina se incomodou com a postura de Rogério e seguiu falando fora do microfone, quando o senador ironizou: “Essa é a educação da ministra Marina Silva. Mas não vou me intimidar, não.”

“O senhor gostaria que eu fosse uma mulher submissa. Eu não sou”, respondeu Marina. Em seguida, Marcos Rogério retrucou: “Agora é sexismo, ministra? Me respeite. Se ponha no teu lugar”, provocando reações de parlamentares da base do governo, como a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Neste momento, começou um bate-boca generalizado na sala da comissão. “Ponha-se o senhor. Desrespeito com a ministra”, disse Eliziane. “Se vossa excelência está me chamando de sexista, não sou sexista. Vossa excelência veio a essa comissão para tumultuar”, complementou Rogério.

Minutos depois, Marina discutiu com o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que já chegou a dizer que tinha vontade de “enforcar” a ministra durante uma palestra. Durante o novo bate-boca, Marina Silva se retirou da comissão antes do fim dos trabalhos.

"Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaça aos outros de brincadeira e rindo? Só os psicopatas são capazes de fazer isso", disse.

Por fim, Marcos Rogério encerrou a audiência prometendo pautar, para a semana que vem, um pedido de convocação da ministra para voltar a prestar depoimento no colegiado. Neste caso, se o requerimento for aprovado, ela será obrigada a comparecer.