BRASÍLIA - Favorito na disputa pelo comando da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) recebeu apoio de políticos de diferentes campos e partidos em um jantar em uma pizzaria de São Paulo na noite de segunda-feira (27). Entre os presentes, estavam desde ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), participou. Ele declarou apoio a Motta depois de uma articulação costurada pelo presidente do Republicanos e deputado federal Marcos Pereira (SP), outro presente.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), também marcaram presença, assim como o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Outros nomes da política de oposição ao governo federal que estiveram no jantar foram o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, e o senador Ciro Nogueira (PP-PI).
Do primeiro escalão do governo Lula, compareceram os ministros de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e do Empreendedorismo, Márcio França. Pelo menos cinco deputados do PT estiveram no jantar. Um deles foi o deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP).
Na lista de convidados estavam ainda os presidentes do PSD, Gilbert Kassab (que integra o governo Tarcísio), do MDB, Baleia Rossi, do União Brasil, Antônio de Rueda, e do Podemos, Renata Abreu.
Ao discursar, Motta afirmou sua posição de centro político. “O centro político do país é muitas vezes criticado, porque transparece que o Centro é uma ausência de posição. Não. O Centro é uma ausência de preconceitos. Nós não temos preconceito de onde a ideia vem. Se a ideia é boa para o país, nós temos a capacidade de buscar implementar em favor da nossa nação, de quem mais precisa”, declarou.
Como exemplo, citou a presença na pizzaria de um nome do PT, em referência a Celeguim, “ao lado” de Valdemar Costa Neto, que comanda o PL. Isso, de acordo com Motta, é uma demonstração de é possível “encontrar convergência na divergência” e ter “maturidade política".
A menos de uma semana de deixar o cargo, Lira também foi citado no evento. Tarcísio afirmou que o alagoano “deixou o sarrafo lá em cima, acima de dois metros e dez, então para saltar não vai ser fácil”. Apesar disso, declarou a Motta que o favorito “está pronto”.
“Pouca idade, mas já quatro mandatos, a maior prova que você está pronto é que você conseguiu um ambiente de muita competição, de muita concorrência entre pessoas absolutamente qualificadas como o presidente Marcos Pereira, como nosso Antônio Brito, esse grande líder, como Elmar Nascimento, trazer a convergência”, disse.
Ao lembrar da desistência de candidaturas depois da articulação em torno de Motta, o governador continuou: “Imagina que esses grandes líderes abriram mão em prol do seu nome, isso significa que todos confiam na sua capacidade, na sua habilidade de conduzir, e essa convergência significa muito, diz muito sobre sua pessoa e sobre o que o Brasil espera. O Brasil espera essa capacidade de diálogo, essa convergência”.
A eleição do novo presidente da Câmara será no sábado (1º). A sessão está marcada para 16h. A expectativa é que Motta seja eleito com facilidade, pois reuniu o apoio de 18 partidos que somam 496 votos, entre os 513 deputados. Os outros candidatos são os deputados Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) e Marcel van Hattem (Novo-RS).