BRASÍLIA. As derrotas sofridas pelo Palácio do Planalto em sessões recentes do Congresso seguem ecoando entre os governistas. Membros do governo e aliados próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não escondem a insatisfação com o fato de que partidos agraciados com até três ministérios não entregam os votos esperados em determinadas votações.
O União Brasil, que comanda três pastas no Poder Executivo, é o principal exemplo. Mais de 70% dos parlamentares votaram pela derrubada de vetos de Lula na última terça-feira (28) - o mesmo ocorreu com o PSD. MDB, Republicanos e PP, também com representantes na Esplanada, registraram “infidelidade” acima dos 60%.
A pressão pode chegar aos ministros destes partidos. Aliados do presidente da República defendem que eles precisam ser mais cobrados - afinal, estão lá como representantes de uma bancada. Uma saída seriam encontros mais frequentes entre esses ministros e os parlamentares.
Uma reforma ministerial mirando parte desses quadros não é descartada, mas não estaria no radar do presidente até as eleições municipais. Porém, encerrado o pleito, Lula deve promover mudanças tanto em seu time de ministros como em seus líderes no Congresso.
As últimas votações no Legislativo fizeram o petista se engajar mais na articulação política. Uma decisão tomada por ele foi promover, toda segunda-feira, uma reunião com os líderes do governo na Câmara e no Senado, além do ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política, para alinhar estratégias.
No entanto, o relato de aliados é de que Lula pode até demonstrar o mesmo pique de seus dois primeiros governos, mas não a mesma disponibilidade para lidar mais diretamente com deputados e senadores.