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Política em Minas e no Brasil - Brasília, Congresso, ALMG, Câmara de BH e os bastidores
Elmar ainda negocia manutenção da candidatura à presidência da Câmara; União Brasil abre conversa com Motta
Ainda adversários, Elmar Nascimento e Hugo Motta se reunirão para discutir apoio; líder do União Brasil também pretende encontrar presidente do PSD, com quem tem aliança firmada
BRASÍLIA — Resistindo à pressão da própria bancada, o líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento, negocia a manutenção da própria candidatura à presidência da Câmara dos Deputados.
Atendendo a ele, o partido decidiu nesta quinta-feira (31) adiar para, pelo menos, terça-feira (5) a definição sobre os rumos que tomará na eleição marcada para fevereiro: se mantém Elmar candidato, se apoia o líder do PSD, Antônio Brito, ou se opta por Hugo Motta, líder do Republicanos e candidato escolhido pelo atual presidente Arthur Lira (PP-AL).
Após reunião na sede do partido em Brasília, Elmar garantiu que ainda é candidato. “Eu me mantenho, essa é a deliberação. O partido nos delegou carta-branca para que a gente tenha conversas e veja como caminhar de maneira que seja melhor para o partido e para o Congresso Nacional”, disse.
Ele não esteve só na declaração à imprensa depois do encontro nesta quinta-feira. O presidente do União Brasil, Antonio de Rueda, e o vice-presidente ACM Neto estiveram com ele e participarão das próximas reuniões que a sigla terá para discutir o tema.
Elmar detalhou ter recebido uma ligação de Hugo Motta propondo que eles conversem sobre um possível apoio. Encontros também acontecerão com Brito e com o presidente do PSD, Gilberto Kassab. “Hoje [quinta-feira, 31] pela manhã recebi uma ligação do candidato Hugo Motta pedindo diálogo, e nós deliberamos no partido que a conversa e o diálogo são sempre salutares. Vamos ouvi-lo”, afirmou.
“Também vamos nos encontrar com o candidato Antonio Brito, com quem fizemos um pacto de apoio recíproco em um segundo turno [das eleições na Câmara]”, acrescentou. A conversa com Motta pode acontecer ainda nesta quinta-feira, e o encontro com Kassab ocorrerá em São Paulo até domingo (3).
Em paralelo às negociações no prédio do União Brasil na capital federal, o candidato Hugo Motta embarcou rumo a Goiânia, onde encontrará outro cacique da sigla na tentativa de consolidar o apoio: Ronaldo Caiado, governador de Goiás.
Motta é o favorito nessa eleição. Ele reúne em torno de si o apoio do atual presidente Arthur Lira e de oito partidos: PP, Republicanos, Podemos, MDB, PCdoB, PV, PT e PL. O nome dele é benquisto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Bancada do União Brasil pressiona Elmar, e PSD mantém Brito
Na quarta-feira (30) à noite, deputados do União Brasil estiveram com Elmar Nascimento em um encontro do qual também participaram ACM e Rueda. Ele resistiu à pressão e manteve a candidatura; fontes indicaram que houve tensão entre aqueles que estiveram nessa reunião diante da recusa de Elmar em renunciar à eleição.
Nesta quinta-feira, entretanto, ele declarou que não vê problema em desistir ou em manter a candidatura. “Eu não tenho resistência em desistir e nem em continuar. A minha candidatura não é minha, nunca tratei no pessoal, é nossa, é do meu partido e dos partidos que me apoiaram”, defendeu. Ele também negou que esteja negociando cargos em troca de sua desistência.
Uma possível desistência de Elmar facilitaria a construção de um bloco único e majoritário na Câmara dos Deputados para a eleição. Essa é a intenção do presidente Arthur Lira (PP-AL). Há, entretanto, à vista um incômodo entre Lira e Elmar — amigos e aliados até setembro, quando Lira decidiu não apoiá-lo em prol da candidatura de Hugo Motta.
O rompimento levou à união de Elmar e Antonio Brito em um pacto de apoio recíproco em um segundo turno das eleições — o derrotado no primeiro turno apoiaria aquele que conseguir ir ao segundo turno.
Ainda que Elmar considere a hipótese de desistir, Brito não parece disposto a ceder e ele conta com o apoio do presidente de seu partido, Kassab. O cenário pode mudar após a reunião entre a diretoria do União Brasil e Kassab.