A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, foi incluída na lista de Difusão Vermelha da Interpol nesta quinta-feira (5), após deixar o Brasil e ser considerada foragida pelas autoridades. A inclusão ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes, que solicitou à Polícia Federal os "procedimentos necessários" para localização internacional da parlamentar.

A inclusão na lista vermelha da Interpol significa que o nome da deuputada está no banco de dados de pessoas procuradas pelas polícias dos 196 países-integrantes da Interpol. O site da organização diz que este é "um pedido às autoridades policiais em todo o mundo para localizar e prender provisoriamente uma pessoa enquanto aguarda extradição, entrega ou ação legal semelhante".  A solicitação só é aceita após ar pela aprovação de um conselho com sede em Lyon, na França, conforme os protocolos da organização.

A parlamentar havia anunciado na última terça-feira (3) que deixou o território brasileiro, o que motivou as autoridades a tomarem medidas para sua localização. O ministro Moraes interpretou a saída da deputada como uma tentativa de evitar a aplicação da lei penal, afirmando que a ação teria "claro objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar".

A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi quem solicitou a prisão da parlamentar após o anúncio de sua saída do país. Caso Zambelli seja presa no exterior, a Constituição Federal prevê que o plenário da Câmara dos Deputados decida se mantém ou não a medida.

A Interpol esclarece que "Os indivíduos são procurados pelo país-membro requerente ou pelo tribunal internacional. Os países-membros aplicam suas próprias leis para decidir se prendem ou não uma pessoa. A maioria dos Avisos Vermelhos são s apenas ao uso policial. Extratos de Avisos Vermelhos são publicados a pedido do país-membro em questão e quando a ajuda do público pode ser necessária para localizar um indivíduo ou se o indivíduo pode representar uma ameaça à segurança pública".

Atualmente, existem 6.569 pessoas incluídas na lista de Avisos Vermelhos públicos da Interpol, sendo 71 delas brasileiras. Até a tarde desta quinta-feira, o nome de Zambelli ainda não constava na lista pública disponível no site da organização.

Conforme o artigo 3 da Constituição da agência, a requisição não pode ter motivação "política, religiosa, racial ou militar".