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'Vale Tudo': Manuela Dias diz que remake é novela 'atualizada' com 'cheiro vintage'
Autora fala sobre a nova versão do folhetim, que estreia no dia 31 de março, na Globo
Clássico da teledramaturgia brasileira, “Vale Tudo” retorna à TV em nova versão com elenco estrelado, encabeçado por Taís Araújo e Debora Bloch. Com estreia prevista para o dia 31 deste mês, o remake é apresentado como a novela dos 60 anos da Globo, o que faz aumentar ainda mais as expectativas tanto do público quando da emissora sobre a obra – além, claro, de ser uma aposta para reverter a baixa audiência na faixa das 21h após “Mania de Você”, que decepcionou.
Coube a Manuela Dias – autora do folhetim “Amor de Mãe” e das duas temporadas da série “Justiça”, entre outros projetos – a missão de “refazer” a novela “Vale Tudo”. Ela garante que a essência da obra original, escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères e exibida pela primeira vez em 1988, será preservada, porém com atualizações importantes na trama.
“Para quem não viu (a primeira versão), eu acho que as histórias são vivas. Depois de 37 anos, a nossa expectativa, segundo estudos, é que 40% do nosso público terá tido contato com a obra original. Mas a novela é feita para todos, atualizada, mas com esse cheiro vintage, que a gente foi compondo nos diversos departamentos (figurino, cenário, atores)”, diz Manuela. “E acho que pra quem viu é como encontrar um amigo que você não vê há muito tempo, mas o tempo fez o seu trabalho, com novos conceitos, novas formas de ver o mundo”, pontua a novelista.
Paulo Silvestrini, que assina a direção artística do remake de “Vale Tudo”, reafirma as falas de Manuela e completa: “A essência da obra de 1988 está preservada. Os personagens e a trama estão ali, e a gente brinda o público com pequenas homenagens aqui e ali, seja com recursos estéticos, seja com uma linguagem narrativa”.
Nova perspectiva
Na versão 2025 de “Vale Tudo”, a questão da representatividade ganha evidência, o que influenciou diretamente a escalação do elenco, com destaque para Taís Araújo, que interpreta Raquel, papel que na primeira versão foi de Regina Duarte, e Bella Campos, na pele da ambiciosa Maria de Fátima, vivida por Glória Pires em 1988 – ambas, atrizes negras.
“Para mim, a questão da representatividade é central não só em ‘Vale Tudo’. É função da dramaturgia servir de ferramenta de transformação social; isso é uma questão central na contação de história. A gente conta história pra se divertir, mas a gente conta história para estruturar essa teia de valores que sustenta a nossa sociedade”, explica Manuela Dias. “De 1988 pra cá a gente ou por um processo de letramento com relação a coisas que são estruturais e estruturantes, como o machismo, o racismo, o classismo, e consegue ver hoje que, naquela época, só tinha dois atores pretos na novela”, reflete.
“Eu acho que a Raquel sempre foi preta; ela era branca pela nossa incapacidade social, naquele momento, de perceber e dar esse protagonismo também para uma atriz preta. Como era difícil naquele momento e que bom que a gente, cada vez mais, entende e consegue realmente se ver, se construir e lutar por essa construção que tem que acontecer em todos os âmbitos”, frisa a autora, que também fala sobre a relação de Maria de Fátima com Odete Roitman (Debora Bloch) – na primeira versão, a vilã, na época vivida por Beatriz Segall, era abertamente racista.
“Eu acho que a Odete é um personagem tão pragmático e tão conectado com o que funciona pra ela, que isso é maior que tudo. Acho que, para ela, só serve quem está a serviço dela, para executar a agenda dela. Então, a Maria de Fátima é perfeita”, frisa a autora, ressaltando que a cor da pele não será uma questão na relação entre as duas personagens na nova “Vale Tudo”.
Cenas icônicas
Na versão original exibida em 1988, “Vale Tudo” entregou muitas cenas icônicas que, segundo a autora Manuela Dias, também estarão presentes no remake. “Sim, teremos as cenas icônicas. Teremos a rasgação de vestido de noiva da Maria de Fátima, teremos a chegada de Odete. Isso é fundamental. Sem esses momentos, é como você refazer o ‘ET’ e não tê-lo cruzando a lua de bicicleta”, afirma.