Empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que teriam defendido golpe de Estado caso Lula (PT) vença as eleições, são alvo de um pedido de investigação apresentado no Supremo Tribunal Federal (STF). 

A defesa foi feita no grupo de WhatsApp “Empresários e Política”, criado no ano ado, e foi revelada pelo portal Metrópoles. Segundo o colunista Guilherme Amado, em troca de mensagens no dia 31 de julho, o empresário José Koury defendeu a ruptura democrática.

"Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, afirmou o empresário  dono do Barra World Shopping (RJ).

Segundo a coluna, o grupo reúne ainda os empresários Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da Multiplan; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; entre outros. 

O pedido de investigação foi levado ao Supremo por um grupo de juristas nesta quarta-feira (17). Eles pedem que o caso seja incluído no inquérito das milícias digitais, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. Em maio, o próprio Bolsonaro foi incluído na investigação a pedido da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal. 

No caso dos empresários, os juristas pedem que os celulares dos membros do grupo e a quebra de sigilo para verificar a autenticidade das mensagens trocadas. Eles querem saber se as mensagens coincidem com a participação de  ataques sistematizados nas redes sociais.

Além disso, pedem a investigação sobre a atuação dos denunciados na preparação e financiamento de atos no próximo dia 7 de setembro. Exemplo disso é uma das mensagens, de acordo com a reportagem, enviada por Marco Aurélio Raymundo, dono da rede de lojas Mormaii. 

“O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”, diz a mensagem do empresário. 

No pedido de investigação no STF, os juristas destacam que “ameaças de ruptura institucional discutidas por pessoas com grande poder econômico dispostas a patrocinar atentados contra instituições não podem ser relativizadas”.

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