O preço da gasolina disparou em alguns postos de Belo Horizonte, após a greve de um dia, realizada por tanqueiros da Vibra Energia - antiga BR Distribuidora. A paralisação foi realizada nessa segunda-feira (9) e encerrada na terça-feira (10), mas gerou reflexos ao bolso dos consumidores.
A reportagem de O TEMPO observou que, na região do Carlos Prates, há postos das bandeiras BR e Shell comercializando a gasolina por valores entre R$ 6,39 e R$ 6,79. A elevação também chegou ao etanol, vendido por até R$ 4,79. A cifra é semelhante à praticada em alguns estabelecimentos nas avenidas Men de Sá, no Santa Efigênia, e Contorno, no Floresta.
O encarecimento ocorreu mesmo após a Petrobras reduzir o valor de venda do combustível, desde o dia 3 de junho, em R$ 0,12. Uma pesquisa do site Mercado Mineiro já havia mostrado, nessa segunda-feira, que os postos da capital não implementaram o desconto integral conforme a redução anunciada pela estatal. O levantamento indicou que nem metade do valor foi reado aos motoristas, que tiveram um desconto médio de R$ 0,05.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) confirmou que a causa do preço mais alto é a greve no início da semana. A entidade salientou que a pausa no abastecimento gerou reflexos nos estoques dos postos, sendo que alguns chegaram a ficar sem produtos. A Vibra tem como clientes os estabelecimentos da BR e de bandeira branca - quando não envolve nenhuma distribuidora no processo de abertura.
“Os quase três dias sem carregamento na maior distribuidora do país, que detém 16% da revenda mineira, ainda gera reflexo nos estoques dos postos e já vemos vários postos sem produtos no Estado. A notícia da paralisação gerou uma corrida desnecessária dos consumidores aos postos, o que fez com que estabelecimentos, inclusive de outras bandeiras, tivessem uma baixa inesperada nos estoques”, diz nota do Minaspetro.
A entidade ainda frisou que não é possível prever até quando os reflexos da greve serão percebidos. “O efeito desse problema logístico ocorrido esta semana ainda é incalculável. Os postos podem ter dificuldade de regular seus estoques durante os próximos dias, uma vez que a base estará ainda sobrecarregada pela demanda represada da paralisação”, completou.
Queixas
O do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, afirmou que os preços da gasolina começaram a subir já na segunda-feira, quando a greve ou a ser de conhecimento público. Ele ressaltou que as queixas dos consumidores têm sido latentes, desde então, sobre a elevação na venda do combustível. “A greve já acabou, será que demora tanto, mais uma vez, para normalizar? E a queda da Petrobras?”, questionou Abreu.
Apesar dos aumentos, os motoristas conseguem abastecer, no caso da gasolina, por menos de R$ 6 em postos de outras bandeiras na capital. Já para o etanol, o valor pode ficar abaixo de R$ 3,50, a depender do endereço de abastecimento.