Fhillip da Silva Gregório, conhecido como "Professor" e um dos principais líderes da cúpula do Comando Vermelho (CV), morreu na noite de domingo (1º) no Rio de Janeiro. O corpo foi encontrado com um disparo na cabeça, em aparente suicídio, segundo informações policiais. O traficante, que era o principal comprador de armamentos para a organização criminosa, estava foragido desde 2018.

A Delegacia de Homicídios investiga as circunstâncias da morte. Conforme a polícia, o suicídio teria sido motivado pelo término de um relacionamento extraconjugal mantido por Gregório.

O incidente ocorreu no Complexo do Alemão, zona norte da capital fluminense, onde o criminoso se escondia. Após o ocorrido, seu corpo foi levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas já sem vida.

Durante o período em que permaneceu escondido no Complexo do Alemão, Gregório construiu uma casa com piscina e sauna na comunidade. Investigações indicam que ele também realizou procedimentos de harmonização facial e remoção de estilhaços da cabeça no local.

A ficha criminal de Gregório teve início em 2012, quando foi detido com comprovantes de depósitos aparentemente destinados a traficantes da favela Nova Brasília e registros contábeis em sua residência. Na ocasião, respondeu por lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

Em 2015, foi capturado novamente em um sítio em Seropédica, na Baixada Fluminense, que funcionava como depósito para drogas, armas e munições do Comando Vermelho. Na operação, as autoridades apreenderam 100 quilos de cocaína. Investigações com escutas autorizadas pela justiça mostraram que, em apenas 15 dias, ele movimentou um milhão de reais em negociações ilícitas.

A Polícia Federal identificou Gregório, em 2023, como o principal responsável pela compra de armas para o Comando Vermelho. O esquema envolvia a aquisição legal de armamentos na Argentina, posteriormente transferidos para intermediários em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil, e finalmente comercializados para organizações criminosas no Rio de Janeiro e São Paulo.

Uma mulher com quem o traficante mantinha relacionamento extraconjugal prestou depoimento às autoridades. Segundo informações obtidas pela Folha, ela relatou que Gregório não aceitava o fim do relacionamento. A testemunha mencionou ainda que ele utilizava medicamentos controlados combinados com uísque e demonstrava preocupação com a exposição de seu nome na imprensa. A reportagem tentou contato com o advogado que acompanhou a testemunha na delegacia, mas não obteve resposta.

(Com informações de Bruna Fantti/Folhapress)