Com 4,5 metros de diâmetro, 4 metros de altura e 55 toneladas, o maior sino do mundo chegou à cidade de Formosa (GO) no domingo (1º), após uma longa jornada internacional.
Forjado em bronze na Polônia pela Rduch Bells & Clocks, empresa especializada na fabricação de objetos litúrgicos, o sino percorreu mais de 10 mil quilômetros do porto de Gdansk, na Polônia, até Santos (SP).
No dia 26 de maio, o sino iniciou o trajeto rodoviário rumo a Formosa (GO), transportado por um caminhão de reboque do tipo "lagartixa" com seis eixos, próprio para cargas de grande porte. A viagem contou com escolta da Polícia Rodoviária Federal.
Atravessando três estados de o Distrito Federal, o sino foi recebido com celebrações religiosas em Belo Horizonte e Brasília, além de atrair o público nas cidades pelo caminho como as mineiras Patos de Minas e Formiga.
Cerca de 50 dias após o início da jornada, ele chegou à Basílica Santuário do Divino Pai Eterno pouco antes das 8h do domingo, acompanhado por uma multidão de fiéis.
Batizado de Vox Patris, que em latim que significa "voz do Pai", o sino será instalado na nova basílica do santuário, atualmente em construção.
Na parte externa do sino, há ornamentos desenvolvidos pelo artista goiano Silvio Morais, representando a história da Romaria do Divino Pai Eterno.
A primeira badalada está prevista para ocorrer no dia 26 de junho, durante as festividades da Romaria de Trindade.
Enquanto não é instalado definitivamente na nova basílica, que tem previsão de inauguração para 2026, o sino ficará exposto em uma estrutura provisória, de 14 metros de altura.
A entrega conclui um processo iniciado em 2014. O sino foi finalizado em 2017 e entregue oficialmente em março deste ano, em Rydułtowy (na Polônia), sede da Rduch Bells & Clocks. Segundo a empresa, cerca de 200 pessoas trabalharam no projeto.
A construção do templo (e o próprio sino) ficou envolta em polêmica em 2020, quando o Ministério Público de Goiás investigou suspeitas de superfaturamento na obra de 146 mil m², que teve custo inicial orçado em R$ 100 milhões no início, em 2012, mas pode chegar a R$ 1,4 bilhão.
À época, o Ministério Público de Goiás suspeitava que o padre Robson de Oliveira Pereira, que foi alvo de uma operação da Polícia Federal e afastado das funções de reitor do santuário e da presidência da Afipe (Associação dos Filhos do Pai Eterno), havia desviado R$ 60 milhões em doações.
O padre chegou a ser denunciado por organização criminosa e lavagem de dinheiro, mas seu processo foi arquivado definitivamente pelo STF em 2024.
Após ficar um período afastado das funções litúrgicas, Robson retornou às atividades em agosto de 2023 na arquidiocese de Mogi das Cruzes, em São Paulo.