Já são 10 gols anotados com nossa camisa. O mais bonito, sem dúvidas, foi o último deles, contra o Ceará, do meio da rua, garantindo três pontos pro Atlético no Brasileirão. No Mineiro, única competição já finalizada que disputou pelo Galo, marcou na semi e na final. Quem trata o Rony como um jogador inútil precisa rever seus conceitos.
Se fosse argentino, teria uma legião de fãs. Imaginem só: um atacante baixinho, raçudo, que perde chances incríveis, mas ainda assim tem uma ótima média de gols anotados e briga por cada bola como se fosse um prato de comida. Seria idolatrado. Como nasceu no Pará (e não em Buenos Aires), é subvalorizado por uma parcela considerável da torcida.
A verdade é que, ajustando expectativas, temos tudo pra ser felizes com Rony. O que eu quero dizer? Que precisamos ter a clareza do que esperar. Ele não vai ser brilhante. Ele vai perder gols. Ele vai fazer raiva aqui e ali. Mas ele é o jogador que todo treinador gosta de ter. Briga, combate, luta, tem velocidade, faz mais de uma função, pisa na área, enche o saco de zagueiro. E repito: já tem 10 gols no ano.
Rony deu azar de cair num elenco curto. Pelas limitações que tem, é um excelente coadjuvante. Num plantel recheado, com diferentes alternativas ofensivas, Rony é artigo de luxo. O problema é que, no Atlético, ele teve, até aqui, status de titular absoluto. Não tem concorrência. E aí os defeitos ficam mais evidentes. É sempre ele ou ele. Agora, com a regularização de Dudu, isso pode começar a mudar.
Outro desafio enfrentado pro Rony é a comparação constante (e equivocada) com Paulinho. O camisa 33 chegou como “reposição” ao nosso ex-camisa 10, mas essa comparação é injusta (com os dois lados). São jogadores diferentes demais, e Paulinho já é parte do ado.
Um argumento que também aparece de vez em quando é o do investimento feito pelo Atlético pra buscar Rony, como se fosse culpa do jogador. Ele não colocou uma arma na cabeça de ninguém pra custar o que custou ou pra ganhar o que ganha, tá? Pelo contrário: desde que chegou, respeita muito a camisa que veste e nunca falhou por falta de comprometimento.
Rony precisa ser valorizado. É injusto colocar nas costas dele a responsabilidade de ser o super craque que vai, sozinho, colocar ponto final na má fase do Galo e nos conduzir a todas as taças possíveis. Ele não é esse cara. Mas é, sim, extremamente útil.
Que venham as próximas 10 notificações.