Morro Vermelho, distrito de Caeté, tem uma história de emoções e dores, mas também de beleza. Uma das tradições é a cavalhada que acontece no próximo dia 7 nas ruas e praças da cidade.

A festa foi introduzida no distrito por colonizadores portugueses em 1704, no apogeu do Ciclo do Ouro. Segundo Adriana Leal Pinheiro, diretora de Cultura e Turismo de Caeté, o evento é uma encenação de luta entre mouros e cristãos.

"A de Morro Vermelho é um diálogo, não uma luta, onde o cristão tenta convencer o mouro a se converter ao cristianismo", explica. O evento acontece um dia antes da festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora de Nazareth, cuja imagem também veio de Portugal de navio, em ombro de burro pela Estrada Real.

No dia 7, os moradores são acordados às 4h por uma alvorada com banda de música, fogos e repiques de sinos. Após as missas, ao meio-dia começa o desfile dos Mascarado para expulsar os males e limpar os caminhos para os cavaleiros.

Doze cavaleiros cristãos e 12 mouros conduzem a bandeira de Nossa Senhora até a praça. O imperador mouro e sua embaixada saúdam a bandeira, que recebem do embaixador cristão. Os mouros então hasteiam o estandarte em seu reino, simbolizando a adoção da fé cristã. Para selar a paz, os cavaleiros entrelaçam fitas no mastro e fazem uma série de evoluções simbólicas.