A Arábia Saudita anunciou que o haje (ou hajj), a tradicional peregrinação a Meca, terá início no dia 4 de junho, logo após os observatórios astronômicos avistarem a Lua crescente, que marca o começo do mês islâmico de Dhu al-Hijjah, o 12º do calendário islâmico. Considerado um dos cinco pilares do Islâ, o haje é uma das maiores manifestações de fé do mundo, reunindo anualmente milhões de muçulmanos de diferentes países, em uma experiência espiritual única.

A origem do haje remonta aos tempos do profeta Abraão. O próprio profeta Muhammad realizou sua primeira e única peregrinação após ser proclamado mensageiro de Deus, acompanhado por cerca de 120 mil fiéis, tornando o ritual o  marco central da espiritualidade islâmica. No ano ado, mais de 1,8 milhão de fiéis participaram da peregrinação. Em 2025, espera-se novamente a presença massiva de muçulmanos vindos de todos os continentes.

“O haje é muito mais do que uma viagem, é um chamado espiritual profundo. É uma oportunidade de renovação da fé, de igualdade entre todos os seres humanos diante de Deus e de busca por perdão e paz interior”, explica Ali Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras).

Rituais

A jornada até Meca é obrigatória para todos os muçulmanos que tenham condições físicas e financeiras de realizá-la ao menos uma vez na vida. A peregrinação inclui uma série de rituais realizados ao longo de cinco dias. Um deles é o tawaf, que significa circundar a Caaba, estrutura de granito com inscrições do Alcorão no coração da Grande Mesquita, no sentido anti-horário, sete vezes. 

Outro ritual é o Sa’i,  que consiste em andar sete vezes entre as colinas de Safa e Marwa, em Meca. Em seguida, em Mina, distante 5 km da Grande Mesquita, os peregrinos dedicam-se a um dia de oração no Monte Arafat. Segundo os muçulmanos, esse seria o lugar onde o profeta Abraão proferiu seu último sermão . Durante o haje, todos os peregrinos vestem roupas brancas – o ihram –, símbolo de humildade e igualdade.

O Sheikh Ali Momade, líder religioso da Fambras, acrescenta que o haje é um momento de extrema solidariedade e conexão com milhões de irmãos e irmãs na fé. “É uma experiência transformadora, marcada pela introspecção, devoção e pelo sentimento de pertencimento à comunidade muçulmana global, a Ummah”, detalha. “E o mais importante: de acordo com o profeta Muhammad, quem realiza o haje com sinceridade, retorna "livre de pecado, como se tivesse voltado à vida, à pureza do seu nascimento".

Momade completa dizendo que, no haje, os peregrinos são convidados a relembrar e reconhecer as bênçãos e os bens que acumularam e agradecer a Deus por isso. “Devem, ainda, compartilhar com os mais necessitados. Por isso, não se trata, apenas, de uma renovação espiritual, mas, também social e institucional”, salienta. 

Turismo

A Arábia Saudita se abriu ao mundo em 2019, quando ou a oferecer vistos de turismo para visitantes de várias nacionalidades, inclusive do Brasil. As autoridades de turismo saudita já elaboraram um plano ambicioso de turismo até 2030. A proposta é mudar completamente a imagem do país , que nos últimos anos foi chamado pelo governo dos Estados Unidos de “eixo do mal”.

A Arábia Saudita tem lugares lindos como Madain Saleh, no deserto de Al-Ula, uma cidade de 2.000 anos; a capital Riad, com suas mesquitas, palácios e mercados; as cidades sagradas de Medina e Meca; o centro histórico de Jeddah, tombado pela Unesco; os cânions de Wadi al Dish; os fortes de Najran; a litorânea e moderna Al Khobar e as praias do mar Vermelho.

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