O Grande Prêmio de Mônaco é, para muitos, a corrida mais icônica da Fórmula 1. Disputado nas ruas estreitas e sinuosas de Monte Carlo, o GP representa o auge do desafio técnico, onde o erro não tem espaço e o talento se sobressai à máquina. E foi nesse cenário que Ayrton Senna construiu parte fundamental de sua lenda. O Lance! relembra as seis vitórias de Senna em Mônaco.
Entre 1987 e 1993, o brasileiro venceu seis vezes em Mônaco, se tornando o maior vencedor da história do circuito. Suas atuações impressionaram o mundo — seja enfrentando carros mais rápidos, superando rivais sob chuva intensa, ou controlando corridas com frieza e perfeição.
Com ultraagens improváveis, voltas voadoras e defesas memoráveis, Senna transformou Mônaco em seu domínio particular. A seguir, relembramos cada uma dessas seis vitórias históricas.
A estreia de Senna no lugar mais alto do pódio em Mônaco aconteceu em 1987, quando pilotava pela Lotus-Honda. Ele largou em segundo e herdou a liderança após o abandono de Nigel Mansell, que tinha um ritmo mais forte com sua Williams, mas bateu ao perder o controle do carro.
Senna não desperdiçou a chance. Mesmo com um carro inferior aos principais rivais, istrou a liderança com precisão e conquistou sua primeira vitória no circuito monegasco, que viria a ser seu palco mais emblemático nos anos seguintes.
Em 1989, já pela McLaren-Honda, Senna voltou a Mônaco determinado a corrigir o erro do ano anterior, quando liderava com folga e bateu a poucas voltas do fim. E o fez com autoridade: largou da pole, liderou todas as voltas e venceu com mais de 50 segundos de vantagem sobre Alain Prost, seu companheiro de equipe e principal rival.
Foi uma das exibições mais dominantes da carreira de Senna, sem erros, sem ameaças, e com ritmo inatingível. Sua segunda vitória no principado reforçou a imagem de que Mônaco e Senna eram feitos um para o outro.
No ano seguinte, em 1990, Senna voltou à pole e conduziu mais uma performance cirúrgica. Sem sobras como em 1989, precisou istrar melhor a corrida diante da pressão de Jean Alesi e Riccardo Patrese, que ameaçaram nos primeiros estágios.
Senna venceu com solidez e sem sustos, conquistando sua terceira vitória em Mônaco. O resultado teve peso extra, pois consolidou sua liderança no campeonato e demonstrou maturidade em saber vencer sem necessidade de domínio absoluto.
A vitória de 1991 marcou mais um capítulo do domínio de Senna no principado. Largando da pole com a McLaren-Honda, o brasileiro rapidamente abriu vantagem e controlou o ritmo ao longo das 78 voltas. Nigel Mansell, com a Williams, chegou a ameaçar nas voltas iniciais, mas Senna acelerou quando necessário e afastou qualquer risco.
No fim, cruzou a linha com mais de 18 segundos de vantagem sobre o britânico, conquistando sua quarta vitória em Mônaco e terceira consecutiva. Foi uma corrida sem erros, marcada pelo equilíbrio entre agressividade e inteligência de corrida.
O GP de 1992 entrou para a história como um dos maiores duelos da Fórmula 1. Nigel Mansell, com uma Williams imbatível naquele ano, liderava com folga até sofrer um problema com os pneus nas voltas finais. Após uma parada, retornou em segundo e iniciou uma perseguição dramática a Senna.
Durante cinco voltas, Mansell tentou de todas as formas superar o brasileiro, que usou todo seu repertório técnico para se defender com perfeição. A diferença final foi de apenas 0s2, mas foi suficiente para garantir a quinta vitória consecutiva de Senna em Monte Carlo — e uma das mais celebradas de sua carreira.
A última vitória de Senna em Mônaco veio em 1993, já com uma McLaren inferior à Williams de Alain Prost. Largando em terceiro, Senna aproveitou um erro de Prost na largada e assumiu a liderança ainda na primeira volta. A partir daí, manteve o controle da corrida, mesmo com o francês tentando se recuperar.
Foi a sexta vitória de Ayrton Senna no GP de Mônaco, um recorde absoluto que permanece imbatível. Com ela, o brasileiro também completou uma sequência de cinco vitórias consecutivas (1989–1993), consagrando-se de vez como o “Rei de Mônaco”.