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Análise: gol em 37 segundos do Internacional tem o DNA de Roger Machado
Jogada resume o futebol que o Colorado tem apresentado nos melhores momentos
Trinta e sete segundos podem parecer pouco tempo. Nesse intervalo, porém, você pode perde o horário do ônibus ou do trem. Esse tempo também pode ser o intervalo entre o apito de um juiz para saída de bola e um gol que classifica seu time em um torneio importante. Bem como é um espaço temporal no qual um time consegue mostrar todo um trabalho orientado por um técnico. Foram em exatos 37 segundos que o Internacional realizou a jogada do gol do empate contra o Bahia, na noite da quarta-feira (28). Jogada essa que teve o DNA de Roger Machado.
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A bola colocada na rede por Vitinho garantia a vaga nas oitavas da Libertadores, que foi confirmada 20 minutos mais tarde, quando Rafael Borré fez o 2 a 1. Mas o que nos interessa é a jogada do empate. Tanto que alguns comentaristas e jornalistas que cobriram o jogo afirmaram que o Inter de Roger Machado estava “fotografado” nesse gol. Vejamos.
Ensaio à exaustão
Antes do gol, vale notar que, quem já assistiu a alguns dos treinos abertos pelo Colorado desde a chegada de Roger Machado, deve ter notado o trabalho minucioso, insistente e até, por que não, chato para quem vê, quando o assunto é posicionamento. Parece o ensaio de uma coreografia. Gestos repetidos à exaustão para que os corpos dos atletas os memorizem.
Quando amos para os es, o mesmo acontece. Toque de pé em pé. Às vezes com apenas um toque por cada jogador. E a bola vai e volta em busca de um espaço entre o posicionamento do adversário.
Isso é visto claramente nos jogos. Óbvio que o torcedor se enerva com o que parece falta de objetividade. Isso porque nem sempre a brecha é encontrada. Quando é, porém, vira quase magia. Como foi no gol de Vitinho.
O gol, e a e, segundo a segundo
O Alvirrubro havia tomado gol aos 8 da etapa final. Comemoração. Análise do VAR. E lá se vão três minutos. Aos 11, bola ao centro e apito trilado pelo árbitro. Começa a contagem.

Borré dá um e para trás, encontrando Fernando próximo ao limite do grande círculo. O volante encontra Alan Patrick bem em cima da linha que divide campo. O meia volta a bola até Vitão, no lado direito da intermediária – tudo isso em quatro segundos. O zagueiro toca de lado para Aguirre que acha Vitinho em cima da linha lateral.
O atacante, cercado por dois jogadores do Bahia, devolve ao argentino, que havia ultraado, já na intermediária do Esquadrão de Aço. O lateral-direito volta a bola até Fernando em cima da linha – aí, já se foram 15 segundos. O volante toca para Juninho, dentro do grande círculo, que a de lado para Vitão.

Aos 28 segundos, o zagueiro ultraa a linha de meio-campo e faz um lançamento para Borré ou Alan Patrick, ambos já na área. A bola voa intermináveis quatro segundos. David Duarte, defensor do tricolor baiano, se antecipa, mas a redonda cai nos pés do meia colorado. Com um drible, ele tira seu marcador da jogada e, no segundo 34, a para Bruno Henrique.
De costas para o gol, o volante faz o pivô e a com perfeição para Vitinho, no segundo 35. O atacante deixa a bola correr por um segundo e bate cruzado. Luciano Juba dá carrinho, mas a redonda a entre as suas pernas, para morrer no fundo das redes.
E lá se foram 37 segundos. Você pode ter perdido o ônibus ou o trem, até porque, levou mais tempo para ler esse texto do que o Inter levou nesse lance voltar a ser o Inter de Roger Machado, com bola de pé e pé, achando espaços entre os adversários.