Robert Lewandowski, atacante do Barcelona e principal nome da seleção polonesa, decidiu não participar dos dois compromissos da Polônia neste mês de junho. O anúncio foi feito no último dia 26 de maio, e a justificativa foi clara: o jogador precisava parar. Com 52 partidas disputadas na temporada - sendo titular em 47 delas -, o artilheiro alegou cansaço extremo e optou por se preservar.
A decisão, no entanto, gerou uma onda de críticas por parte da imprensa e de parte da torcida. Diante da repercussão, o jogador decidiu se manifestar novamente e, em entrevista ao canal polonês "TVP Sport", explicou os motivos que o levaram a abrir mão dos confrontos contra Moldávia, um amistoso, e Finlândia, jogo válido para as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
- Não tenho que dar explicações. No momento em que tomei a decisão, ela foi correta. Acredito que os garotos vão se virar bem sem mim. Esta equipe não depende de mim. Liguei para o treinador Probierz porque queria ser sincero. Disse que não me sentia bem, nem física nem mentalmente, e que ir à concentração não me ajudaria - afirmou Lewandowski, que acompanhou a partida contra a Moldávia diretamente do estádio.
Lewandowski fala sobre o desgaste mental após a temporada
A fala do jogador polonês foi além da questão física. Lewandowski abriu espaço para discutir algo muitas vezes ignorado no futebol de alto rendimento: o desgaste emocional. Segundo ele, poucas pessoas realmente entendem o que os atletas enfrentam fora dos gramados.
- As pessoas não têm todas as informações e tiram conclusões erradas. Os torcedores gostariam de saber tudo, mas isso é impossível. Com todo o respeito aos jornalistas, ninguém considerou que, além do cansaço físico, também existe o mental. Quem sabe o que é melhor para mim? Achei que, por bem da próxima temporada e das eliminatórias, valia a pena parar agora - desabafou Lewandowski.

Com 42 gols marcados na temporada 2024/25, Lewandowski segue demonstrando alto nível competitivo. Porém, aos 36 anos - e prestes a completar 37 em agosto -, reconhece que a carreira está em sua reta final e que cuidar da saúde é essencial para manter o rendimento.
- Sei que não terei muitas oportunidades de jogar temporadas como esta, de ganhar a Champions League, de jogar neste nível... Sei que nem todos precisam concordar com a minha decisão ou me estimar, mas sempre deve haver respeito - afirmou o jogador.
Lewandowski também se mostrou incomodado com o que chamou de “incoerência nas críticas”. O atacante relembrou situações em que sua presença ou ausência em campo foi igualmente questionada, mesmo com justificativas médicas.
- Recentemente comecei um jogo no banco e perguntaram por que eu não jogava. Depois, joguei uma partida menos importante, me lesionei, e questionaram por que eu joguei. Com todo respeito aos especialistas, se eu ouvisse só vocês, já teria deixado a seleção há muito tempo. Eu jogo pela torcida. Eles me apoiaram por anos, faço isso por eles e pela minha família - disse Lewandowski.
Por fim, o camisa 9 polonês fez um desabafo sobre o peso de ser o rosto do futebol do país e a necessidade de manter distância emocional da pressão externa.
- A"Aprendi que, se você não se distancia, é difícil se manter no mais alto nível. Nunca me importei em agradar a todos. Não falo com jornalistas o tempo todo e me afastei disso. Carregar as expectativas de 40 milhões de pessoas por tantos anos não é fácil. Às vezes, também preciso descansar - relatou o camisa 9 do Barcelona.
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