Qual vai ser o medidor de sucesso do jogo da NFL no Brasil? Na última venda de ingressos da primeira partida da principal liga de futebol americano por aqui, foram mais de 700 mil pessoas na fila virtual, entre pré-venda da XP e venda geral, ambas pela Ticketmaster. Em apenas uma hora, todas as entradas já estavam vendidas. E isso causou um impacto ainda maior do que o que já imaginávamos que teria. Quem ainda duvidava da magnitude de uma partida da competição por aqui viu, na prática, a onda positiva que a modalidade terá no país. E foi apenas o começo.
Agora a NFL anunciou o segundo jogo em São Paulo, na Arena Corinthians, entre Los Angeles Rams e Kansas City Chiefs. E o que já se imaginava ser disputado ganhou ares de um evento ainda mais exclusivo.
Pensem comigo. De um lado, um time popular de Los Angeles, que tem na torcida um dos maiores streamers do Brasil: Casimiro. Os Chargers viram a torcida crescer nos últimos anos, em terras brasileiras. E a simpatia do torcedor que acompanha NFL com a equipe é grande, até porque conta com um dos maiores Quarterbacks da liga, atualmente: Justin Herbert.
Do outro, uma equipe que viu o crescimento da própria torcida disparar nos últimos 7 anos. E não, não foi apenas por conta da cantora Taylor Swift que surgiu nos últimos 2. Foi por causa de um time cheio de estrelas importantes. Travis Kelce, que já era consistente e decisivo sob liderança do Quarterback Alex Smith, teve o privilégio de que o sucessor do ex-companheiro fosse o “baby Goat”, ou melhor, o mais novo melhor jogador de todos: Patrick Mahomes. Um jovem que desde que assumiu a liderança do ataque da equipe do Missouri não ficou de fora dos Playoffs e, muito menos, de uma final de AFC. É a mesma coisa que seu time do futebol revelar um prata da casa e esse guiar a equipe todos os anos, desde 2017, para uma semifinal de Libertadores. Impressionante, não? Eu não tenho dúvidas.
Sei que falamos muito de Patrick Mahomes e dos Chiefs no Brasil e esquecemos de Herbert, Khalil Mack, Quentin Johnston, Najee Harris, entre outras estrelas dos Chargers. Mas eu entendo a euforia do público - e da imprensa, me incluindo nessa. É que pensem comigo: há 2 anos, estávamos pedindo há pelo menos 15 anos para que a NFL trouxesse algo para o Brasil. Nos últimos 5 anos a esperança de ver um jogo, ao menos de pré-temporada, por aqui, cresceu. E, no fim, já tivemos um Eagles x Packers - com direito ao time vencedor da partida ser quem venceu o Super Bowl - e agora teremos um confronto divisional de tirar o fôlego, algo raro de ver a NFL realizar. Ainda por cima, com o time mais popular desde a reta final da carreira de Tom Brady. É de se empolgar e muito.
Você de casa já deve saber que a NFL cresce muito a cada ano que a, no Brasil. Os mais de 41 milhões de fãs declarados da liga, segundo o Ibope (2024), têm fomentado essa paixão e buscado transmitir aos familiares e amigos, a cada dia. E não é só em nosso país que a modalidade tem se expandido a jato. Londres, por exemplo, teve que brecar a fila virtual de venda de ingressos para as partidas porque já tinham mais de 250 mil pessoas tentando comprar entradas, o que derrubou o sistema.
A euforia pelo futebol americano se tornou global. Então, a expectativa é de que, quando abrirem as vendas por aqui, seja um “Deus nos acuda” para garantir um assento para ver Chargers x Chiefs junto a aproximadamente outras 47 mil pessoas, em Itaquera.
O medidor do sucesso da NFL no Brasil pode ser, novamente, os números da prefeitura de São Paulo, que informou o retorno de mais de 60 milhões de dólares para a cidade. Ou pode ser a fila inável que - já prevejo que - teremos no dia 9 de junho, 12h, quando abrir a pré-venda, ou no dia 12, quando abrir a venda geral.
Mas, fugindo dos números, para mim, o medidor do sucesso no Brasil já está claro: termos o time com a dinastia da década da NFL em solo brasileiro, com as principais estrelas da liga no estádio do Corinthians e cada vez mais pessoas querendo estar entre as mais de 47 mil que vão ocupar a Arena - isso sem falar nas milhões que vão assistir do lado de fora, sonhando com quem virá em 2026. Ano em que acredito que já teremos força suficiente para ultraar o México em número de fãs, fora dos Estados Unidos.