Em coletiva concedida neste sábado (7), na Arena MRV, o empresário Rafael Menin, sócio majoritário da SAF do Atlético, explicou a queda de qualidade no elenco do clube e também como as operações do futebol refletem nas finanças do clube.

Rafael explicou que o futebol brasileiro ou por uma inflação que o Atlético não tinha previsto que aconteceria, e que fazer futebol ficou muito mais caro, por isso o time hoje não está, por exemplo, no nível de Flamengo e Palmeiras, rivais dos últimos anos que seguiram investindo alto mesmo diante dessa inflação.

"O que aconteceu com o futebol brasileiro, ele ou por uma inflação brutal nesses cinco anos. O salário de um atacante com bom desempenho que ganhava R$ 600 mil, hoje ganha R$ 1 milhão ou mais. O futebol ficou muito mais caro. Isso foi algo que, não diria que erro, mas não tínhamos previsto. Vale pra salário, compra de direitos. Esse aumento da folha e aquisição para manter um time competitivo ficou difícil", iniciou.

O empresário destacou a dificuldade manter um elenco de 30 jogadores com equilíbrio por conta do custo, e destacou que só o Flamengo tem essa capacidade no futebol brasileiro hoje.

Investimento no futebol e finanças

Esse aumento no valor da operação do futebol também reflete nas finanças do Atlético, como destacou Rafael Menin. O empresário destacou que o Galo teve saldo positivo no operacional em 2024, mas que ainda terminou negativo "em algumas dezenas de milhões" no quesito de investimento, ou seja, venda e compra e jogadores.

Diante disso, Rafael explicou que o operacional do Atlético, ou seja, o que o clube ganha com o futebol, não consegue ajudar a pagar a dívida do clube. Isso só seria possível com uma grande redução na folha do futebol, o que ele afirma que não vai acontecer.

"A operação não tem a menor capacidade de pagar dívida. A não ser que a gente defina que vamos reduzir nosso gasto para R$ 150 milhões, mas obviamente o desempenho esportivo cairia muito. Temos que equilibrar esses pratos", disse Rafael Menin.

O empresário ainda destacou que a maior parte do aporte feito na compra da SAF foi utilizado para pagar dívidas, e qualquer novo aporte deve ter o mesmo destino, ou seja, não haverá grande investimento no futebol a partir disso.