O Atlético igualou, em 2025, sua maior série de conquistas estaduais: o hexacampeonato. A sequência de seis títulos consecutivos foi obtida pela primeira vez pelo Galo entre 1978 e 1983, uma época em que o clube reuniu estrelas que ajudaram o clube a dominar o Estado e a construir a maior sequência de títulos estaduais da era profissional do futebol mineiro, iniciada em 1933 (o deca do América foi entre 1916 e 1925). Naqueles seis anos, muitos jogadores ajudaram a construir a história, que foi escrita diante de diversos adversários e na disputa de campeonatos com regulamentos bem diferentes dos mais recentes. O TEMPO Sports relembra, nesse material especial, como foi o hexa do Galo, como foram os torneios, quem mais marcou gols, os adversários e muito mais.
Em 1978, as novidades foram as chegadas dos zagueiros Osmar Guarnelli e Luizinho, além do lateral-esquerdo Jorge Valença. O Galo vinha do trauma de ter perdido a final do Brasileiro de 1977, invicto, em casa, diante do São Paulo - o jogo foi disputado em março. Para completar, Reinaldo, contundido, não jogou no primeiro ano da conquista do hexa. Por outro lado, Dario chegou na reta final e, em sua última agem pelo Atlético, ajudou na reta final.
Naquele ano, 12 times disputavam dois turnos e os dois primeiros de cada turno se classificavam para o quadrangular final. O Galo venceu o primeiro turno e venceu o quadrangular final com antecedência, na penúltima rodada, em uma vitória por 2 a 0 sobre o Valério, com dois gols de Dario, em jogo disputado já em março de 1979.
O calendário do futebol brasileiro era tão confuso que o Estadual de 1979 começou logo em abril, ou seja, na sequência do torneio do ano anterior. Desta vez, com 16 times e, novamente, dois turnos, 30 jogos para cada time, além da decisão da Taça Minas Gerais entre os vencedores de turno (Atlético e Cruzeiro), e, para terminar, um hexagonal final. Desta vez, o título veio na última rodada, no 3 a 1 sobre o Guarani, de Divinópolis.
Em 1980, o time, que já era forte, ganhou o reforço de Éder, trocado por Paulo Isidoro, que foi para o Grêmio, além de Palhinha, que fez história no Cruzeiro na década anterior. Desta vez, inacreditáveis 21 times disputaram o torneio, divididos em três grupos de sete. E, se não fosse suficiente, o campeonato foi decidido em um octogonal. E novamente o título veio com antecedência. Dos 14 jogos da etapa final, o Galo venceu 13 e empatou um e confirmou o título na antepenúltima rodada, com um 5 a 1 sobre o América.
No ano seguinte, agora com 12 times, que jogaram turno e returno, o Estadual foi decidido em um hexagonal. E a taça veio novamente por antecipação, com um 2 a 0 sobre o Uberaba no Mineirão na penúltima rodada. Mais uma vez, o Galo brilhou na etapa final, com oito vitórias e dois empates em dez jogos.
Em 1982, o torneio seguiu com 12 times, que jogaram em dois turnos, para classificar, desta vez, oito que jogaram um octogonal final. E, pela única vez na trajetória do hexa, o jogo decisivo foi com uma vitória sobre o Cruzeiro no último jogo, um 2 a 1 diante de 108.935 pessoas no Mineirão. Nesse ano, o Galo foi reforçado por um jogador histórico do Cruzeiro: o lateral-direito Nelinho, que também se saiu muito bem com a camisa alvinegra.
O último campeonato da série de conquistas veio em 1983, em um torneio novamente formado por 12 clubes. Dois turnos foram disputados, o Galo venceu o primeiro e terminou empatado, em pontos, com o Cruzeiro no segundo. Os dois fizeram um jogo para desempatar o segundo turno e, curiosamente, mais dois para saber quem venceu a “primeira fase” (formada pelos dois turnos) como um todo. O Atlético venceu essa segunda disputa, com direito a um 4 a 0 no rival e, com isso, levou um ponto extra para o octogonal final. E como foi costumeiro no primeiro hexa do Galo, o time venceu o campeonato por antecipação, com uma rodada de antecedência, quando fez 3 a 0 no Nacional de Uberaba, no Mineirão.
Adversários diversos
Na conquista do primeiro hexacampeonato da sua história, o Atlético enfrentou vários adversários que estão há um bom tempo fora da elite mineira, como Araguari, Nacional de Muriaé e Valério, além dos tradicionais Uberaba, Uberlândia, Villa Nova, Guarani de Divinópolis e Araxá. Alguns, como Ateneu de Montes Claros e Guaxupé estão longe até mesmo das divisões inferiores do futebol estadual.
No total, foram 18 clubes diferentes em toda a trajetória. O Cruzeiro foi o clube que jogou mais vezes contra o Galo nessas campanhas, 28 jogos no total (11 vitórias do Atlético, 11 empates e seis vitórias do Cruzeiro), seguido pelo América, com 22 partidas (foram 15 vitórias atleticanas, o maior número contra um único adversário, além de cinco empates e duas derrotas). Também enfrentaram o Galo Uberaba e Valério (18), Uberlândia e Villa Nova (17), Guarani (16), Caldense (13), Democrata-GV (11), Nacional de Uberaba (7), Guaxupé (6), Araxá e Nacional de Muriaé (5), Araguari, Democrata-SL e Tupi (4), Ateneu (2), Alfenense (1).
Artilheiros
O período do hexa entre 1978 e 1983 reuniu vários jogadores formados na base atleticana e que vestiram a camisa da seleção brasileira, casos de Reinaldo, Cerezo, João Leite e Paulo Isidoro, além de reforços que deram ainda mais qualidade ao time, como Nelinho e Éder. A potência ofensiva do time foi decisiva para a conquista dos títulos. Curiosamente, Reinaldo, que foi o maior artilheiro da campanha atleticana nos seis anos, com 46 gols, não foi artilheiro do Campeonato Mineiro em nenhuma dessas seis campanhas.
Os principais artilheiros do Galo nas seis campanhas somadas são os seguintes: Reinaldo (46), Éder (36), Paulo Isidoro (25), Toninho Cerezo e Renato Queirós (18), Marcus Vinícius (15), Paulinho Kiss, Ricardo, Ziza e Alves (13).