BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira (4), Jair Bolsonaro (PL) e outras 11 pessoas do seu núcleo de confiança no inquérito que apura a suposta venda joias e outros presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente em agendas pelo exterior enquanto era presidente. 

O relatório indica crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos. Ele nega as acusações.  Além de Bolsonaro, os investigadores decidiram indiciar outros auxiliares do ex-presidente. Veja abaixo quem são eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia;
  • Fabio Wajngarten,  ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social e advogado de Jair Bolsonaro;
  • Frederick Wassef, advogado de Jair Bolsonaro;
  • José Roberto Bueno Júnior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia;
  • Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal;
  • Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência;
  • Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens da Presidência da República;
  • Marcos André dos Santos Soeiro, ex-assessor do Ministério de Minas e Energia;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens; 
  • Mauro Cesar Lourena Cid, general da reserva e pai de Mauro Cid;
  • Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens.

O relatório foi enviado pela corporação ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme a assessoria do tribunal, até a publicação desta reportagem, os documentos não haviam chegado no gabinete do ministro. 

Os autos desses casos são físicos e, portanto, não devem ser remetidos ao gabinete nesta quinta. Moraes irá rear os arquivos à Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai avaliar se denuncia ou não os envolvidos.

O caso das joias foi revelado pelo jornal Estado de S. Paulo. De acordo com a denúncia, Bolsonaro teria incorporado ao seu acervo pessoal joias de alto valor dadas como presente pelo governo da Arábia Saudita em outubro de 2019.

Entre elas estava um kit de joias com um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico. A reportagem desencadeou em uma investigação da PF, iniciada em março de 2023.

Os presentes dados por autoridades estrangeiras deveriam ser incorporados ao patrimônio da União, conforme a legislação brasileira. Após a revelação do caso e por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), o ex-presidente devolveu os itens ao patrimônio público.