BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atribuiu ao governo Jair Bolsonaro o esquema de desvios irregulares em mensalidades do INSS, revelado no fim de abril pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
As fraudes tiveram início em 2019, primeiro ano do governo anterior, segundo as investigações. E aram a ter maior volume em 2023, no início de sua gestão atual.
"Todo mundo sabe que isso é um erro feito no governo ado, possivelmente propositadamente. A gente ainda não está fazendo as coisas, denunciando fortemente, porque nós temos que apurar. A CGU é muito séria, a AGU é muito séria e a PF é muito séria, então nós vamos investigar", afirmou.
O presidente prometeu que “quem errou vai ser punido” e que todos os aposentados e pensionistas prejudicados pelo esquema terão o dinheiro devolvido. No entanto, pediu “cautela” na punição às associações que tenham praticado desvio.
“Não quero punir nenhuma entidade de forma precipitada. Não tem importância que demore uma semana a mais, um mês a mais, eu quero que quem errou seja punido”, apontou.
"O que nós estamos é dando uma chance para as entidades apresentarem provas da . Até agora não apresentaram. Se alguma apresentar, ela não terá que pagar o preço. Mas as outras terão que pagar o preço", completou.
As declarações foram feitas em uma coletiva de imprensa convocada de última hora nesta terça-feira (3), no Palácio do Planalto.
Na última segunda-feira (2), a Justiça Federal bloqueou R$ 23,8 milhões em bens de empresas e de seus sócios, investigados pelas suspeitas de fraudes no INSS. A decisão atende a uma ação apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), que pede que as medidas sejam ampliadas para outras entidades e pessoas físicas.
O objetivo é usar os valores bloqueados para ressarcir aposentados e pensionistas vítimas de descontos ilegais em seus benefícios.