FRAUDE NO INSS

Ataque hacker pode ter motivado instabilidade em sistemas do INSS, diz ministro da AGU

Jorge Messias informou que equipes técnicas do Dataprev trabalham para normalizar a situação, que ainda é uma suspeita, na manhã desta sexta-feira (30)

Por Lucyenne Landim
Atualizado em 30 de maio de 2025 | 13:44

BRASÍLIA - O advogado-geral da União, Jorge Messias, informou que um ataque hacker pode ser a causa da instabilidade nos sistemas na manhã desta sexta-feira (30), primeiro dia de atendimento presencial em agências dos Correios aos aposentados e pensionistas vítimas da fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

De acordo com ele, o cenário ainda é uma suspeita, e o problema, registrado a nível nacional, deve ser normalizado por equipes técnicas da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) ainda na parte da manhã.  

“Nos informaram que houve um pequeno problema de instabilidade, é possível que esteja tendo algum tipo de ataque hacker. Mas a Dataprev já está, neste momento, trabalhando”, frisou.  

Ao visitar uma agência dos Correios em Brasília, Messias ainda informou que o horário de atendimento presencial pode ser ampliado para garantir o o de todas as pessoas que precisarem de apoio.  

“[O possível ataque hacker] não é nada que nos preocupe. Nós estamos com as agências abertas hoje dos Correios para garantir o atendimento presencial aos aposentados e pensionistas. Portanto, se for o caso de estender o horário, não tem problema. O importante é que todos os aposentados e pensionistas que forem às agências dos Correios a partir de hoje, possam ser atendidos de forma segura”, declarou. 

Ressarcimento após a fraude no INSS

Messias informou ainda que o governo deve anunciar na próxima semana detalhes do calendário de pagamento aos aposentados e pensionistas que tiveram descontos ilegais. O ministro frisou que um acordo com o Ministério Público da União e a Defensoria Pública da União está na fase final para definir critérios de ressarcimento, assim como a forma de correção dos valores devidos.

Além disso, o governo deve fazer o ressarcimento com recursos da União até o final do ano. A intenção, de acordo com ele, é que as entidades cubram, depois, o valor que será retirado dos cofres públicos.

"É muito importante que a gente possa fazer esse pagamento da forma mais segura possível, porque nós temos que garantir o direito de regresso da União contra as entidades que fraudaram os aposentados e pensionistas, já que a determinação do governo é pagar imediatamente os aposentados, fazer com que eles sejam de fato ressarcidos e as entidades, paguem. O que nós não podemos é pagar os aposentados e não ter a condição de ter o ressarcimento garantido para os cofres da União", declarou.

A AGU pediu à Justiça o bloqueio de R$ 2,56 bilhões de 12 entidades associativas que fizeram descontos indevidos na folha do INSS. O governo não descarta buscar a mesma medida contra outras associações, já que o prejuízo causado foi da ordem de R$ 6,3 bilhões.

Atendimento em agências dos Correios

O governo abriu 4.730 agências dos Correios em todo o país a partir desta sexta-feira para atendimento presencial a quem sofreu descontos associativos indevidos em benefícios pagos pelo INSS. São 4.730 agências dos Correios em todo o país habilitadas para receber os segurados. Não haverá a prestação desse serviço em postos do INSS.

Não haverá esse tipo de atendimento em postos do INSS. O serviço também continua disponível na plataforma "Meu INSS", que pode ser ada via site ou aplicativo, onde é possível saber o nome da entidade que realizou o desconto, o valor cobrado e o período, por meio do serviço “Consultar Descontos de Entidades Associativas”.

Quem já sinalizou pela plataforma não precisa se dirigir às unidades. O atendimento presencial busca beneficiar pessoas que não têm o ao "Meu INSS" ou ao canal de atendimento 135. A lista completa das agências preparadas para esse atendimento estará disponível nos sites dos Correios e do INSS, além da Central 135.