POLÍTICA EXTERNA

Asilo a ex-primeira-dama do Peru foi uma ‘questão humanitária’, diz ministro

Condenada por corrupção obteve autorização do governo brasileiro para se abrigar na Embaixada do Brasil no Peru e vir para o país

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 18 de abril de 2025 | 15:09

BRASÍLIA - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o asilo diplomático concedido pelo governo brasileiro à ex-primeira-dama de Peru, Nadine Heredia, e seu filho de 14 anos se deu por razões “humanitárias”.

Condenada por corrupção, Heredia se abrigou na Embaixada do Brasil em Lima, capital do Peru, na última terça-feira (15). No dia seguinte, foi trazida para Brasília em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), após receber um “salvo-conduto” do governo peruano.

“Com base em questões humanitárias. Ela foi recentemente operada por uma questão grave de coluna vertebral, está em recuperação, precisa continuar em tratamento e estava acompanhada de um filho menor. O marido condenado está detido e, portanto, o filho menor também estaria abandonado ou desprotegido. Foi com base em critérios humanitários", afirmou Vieira em entrevista à Globo News, nesta sexta-feira (18).

Também de acordo com o ministro, foi com base nesse mesmo argumento que o governo do Peru aceitou dar o salvo-conduto para que Heredia e seu filho pudessem deixar o país sem que ela corresse o risco de ser detida.

Segundo o Itamaraty, o Brasil, Heredia e o filho estão com status de asilados diplomáticos. O governo ainda vai analisar se eles am à condição de refugiados. 

Também de acordo com o Itamaraty, a concessão foi baseada nos termos da Convenção de Asilo Diplomático, assinada em Caracas, em 28 de março de 1954, da qual ambos os países são parte. O ministério informou também que, agora, os dois arão pelos procedimentos necessários para sua regularização migratória no Brasil.

Nadine Heredia foi condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, no âmbito das investigações envolvendo a empresa Odebrecht. Ela não foi ao próprio julgamento e se dirigiu à representação brasileira logo após a Terceira Vara Colegiada do Tribunal Superior Nacional do Peru ler a sentença que a condenou. 

A juíza Nayko Coronado Salazar, responsável pelo caso, emitiu mandados de prisão imediata após a decisão da Corte. Já o ex-presidente Ollanta Humala, 62 anos, foi ao julgamento e acabou preso.