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‘Psicopata’, reage Marina após senador dizer que era difícil ouvir a ministra ‘sem enforcá-la’
A ministra afirmou que a fala de Plínio Valério incita a violência contra a mulher: 'Dificilmente, talvez, isso fosse dito se o debate fosse com um homem'
BRASÍLIA - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reagiu à fala pública do senador Plínio Valério (PSDB-AM) sobre a dificuldade que ele teve de ouvi-la “sem enforcá-la”. Segundo Marina, “só os psicopatas” têm fala semelhante, ainda que em tom de brincadeira.
“Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros, ou faz ameaça aos outros de brincadeira e rindo, só os psicopatas são capazes de fazer isso”, declarou.
Marina se manifestou nesta quarta-feira (19) em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A ministra atribuiu a fala a um ato de violência política de gênero.
“Eu fico imaginando alguém que é ministra do Meio Ambiente, alguém que de certa forma é conhecida dentro e fora do país, ter que ouvir uma coisa dessa de alguém incitando a violência por discordar de alguém. Porque isso é uma forma de incitar a violência contra uma mulher. Dificilmente, talvez, isso fosse dito se o debate fosse com um homem”, disse.
A ministra continuou: “É dito porque é com uma mulher, uma mulher preta, de origem humilde e uma mulher que tem uma agenda que, em muitos momentos, confronta os interesses de alguns que, no meu entendimento, deveriam ficar apenas no espaço da divergência política, e não no incentivo à violência”.
A fala de Plínio Valério foi na última sexta-feira (14), em um evento da Fecomércio do Amazonas. Ele se referiu ao depoimento que a ministra concedeu à Comissão Parlamentar de Inquérito (I) que investigou, em 2023, a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs) na Amazônia.
“A Marina esteve na I das ONGs: seis horas e dez minutos. Imagine o que é tolerar Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”, disse, no microfone do evento, arrancando algumas risadas dos presentes.
“A minha mulher que está ali, a Ana, mandava mensagem o tempo todo instigando, jogando gasolina. E no final ela me disse: ‘Se você tivesse 10% da paciência que teve com a Marina, a gente nunca brigava’”, continuou o senador. A reportagem pediu uma manifestação do senador sobre a fala, mas ainda não obteve retorno.